O “efeito pet”

O “efeito pet”

Postado em 17 de Abril de 2014 às 07:04 na categoria Felicidade

    Muitas pessoas são afetivamente ligadas a animais de estimação e, algumas, os consideram como membros da família. Quando questionadas o que diretamente obtêm destas relações, as pessoas tipicamente mencionam companheirismo, ter um amigo para brincar e a necessidade de amar e cuidar de outra criatura. Talvez, incentivado por inúmeras reportagens e livros emocionalmente cativantes, o público aceita como fato a crença de que os animais de estimação podem servir como substitutos de médicos e psicólogos clínicos. 

     A idéia de que conviver com um animal melhora a saúde humana, o bem-estar psicológico e a longevidade, tem sido nomeada de “Efeito Pet”. Todavia, convicções pessoais não constituem evidências científicas e afirmações sobre os benefícios de conviver com animais necessitam ser submetidas aos mesmos padrões de evidência que ocorrem com a introdução de uma nova droga, um equipamento médico ou qualquer forma de psicoterapia.

     Estudos empíricos que analisaram os efeitos dos animais de estimação sobre a saúde humana e o bem-estar subjetivo têm revelado resultados conflitantes. De um lado, há evidências indicando que conviver com os animais faz bem para as pessoas. Por exemplo, um estudo revelou uma associação entre animais de estimação e saúde em indivíduos vítimas de ataques cardíacos, pois, 28% dos donos de amimais domésticos sobreviveram pelo menos um ano quando comparados a apenas 6% dos não-proprietários. Estudos similares, com donos de animais em situações estressantes, revelaram menor aumento da pressão sanguínea do que aquela dos não-proprietários. Além disso, donos de animais têm maior alto-estima, mais sentimentos positivos, são mais ambiciosos, maior satisfação com a vida e menor nível de solidão.

     Por outro lado, há, também, estudos revelando que possuir animais não traz benefícios para a saúde mental e física de seus donos, e que não há diferenças significativas nos níveis de pressão sanguínea ou no risco de hipertensão entre donos e não-donos de animais.  Outros indicam que o bem-estar psicológico não foi afetado pelo fato de conviver com um animal, pois, as proporções de donos e não-donos de animais que registraram a si próprios como “muito felizes” não foram diferentes e estudos longitudinais revelaram que possuir cachorros, ou gatos, não foi relacionado às taxas de mortalidade.

     Não há dúvidas de que animais de estimação fazem bem para muitas pessoas, individualmente, mas, não há evidências suficientes para suportar a afirmação generalizada de que, como um grupo, os donos de animais são mais saudáveis ou mais felizes ou que vivem mais tempo que as pessoas que não os possuem. Portanto, o efeito pet, no momento, não é um fato, mas apenas uma hipótese não consubstanciada. Independente do efeito pet é prazeroso e gratificante conviver com um animal de estimação. È uma paixão gostosa.

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