O efeito Rosemary

O efeito Rosemary

  Redução no processamento cognitivo e ameaça à qualidade de vida são conseqüências freqüentes do declínio cognitivo com a idade. Tratamentos medicamentosos, fitoterápicos, bem como, exercícios físicos e cognitivos têm sido usados para retardar o declínio cognitivo. Todavia, seus benefícios cognitivos não são necessariamente aparentes em pessoas idosas, e, além disso, algumas drogas têm mostrado efeitos neurocognitivos negativos nestes grupos etários.

     Medicamentos tradicionais, baseados em plantas e ervas,têm sido aceitos suportar um envelhecimento saudável, e pesquisas recentes têm examinado se tais remédios, de fato, enriquecem a cognição. Por exemplo, metanálise recente, considerando ensaios aleatórios controlados, com extratos herbais para a demência, concluiu que tais intervenções foram mais eficazes que placebos, e equivalentes às terapias convencionais sobre medidas típicas do desempenho cognitivo.

     Estudos posteriores focalizaram as mudanças cognitivas provocadas pelas intervenções fitoterápicas em idosos saudáveis e os efeitos de várias destas intervenções foram sistematicamente manipulados. Uma das ervas estudadas é conhecida como Rosemary (R. officinalis L., Family Lamiaceae), nativa da Região Mediterrânea, à qual os Gregos Antigos creditavam ser útil para preservar o cérebro, o coração, o estomago, bem como, aguçar o entendimento, restaurar a memória perdida e despertar a mente. Rosemary é reconhecida nos Estados Unidos, sendo seu extrato e folhas secas usadas como suplementos dietéticos.

     Devido à amplitude de seus efeitos, sua potencialidade em reduzir o generalizado declínio cognitivo em idosos foi recentemente investigada. Para isso, um estudo aleatório, placebo-controlado, duplo-cego e envolvendo medidas longitudinais repetidas, foi conduzido focando os possíveis efeitos agudos do polvilho de folhas secas de Rosemary sobre o desempenho cognitivo. Vinte e oito idosos, idade média de 75 anos, foram testados por meio de um sistema computadorizado em 1; 2,5; 4 e 6 horas seguidas de um placebo e por quatro diferentes doses. As doses foram contrabalançadas e espaçadas em intervalos de sete dias. Houve um efeito bifásico dose-dependente nas medidas de rapidez mnemônica: a menor dose (750 mg) de Rosemary teve um benefício estatisticamente significativo comparado ao placebo, enquanto a dose mais elevada (6.000 mg) teve um efeito prejudicial. Houve efeitos deletérios significativos sobre outras medidas do desempenho cognitivo, embora tenham sido menos consistentes. Ficaram, claramente, demonstrados que: (a) a rapidez mnemônica é um preditor potencialmente útil do funcionamento cognitivo durante o envelhecimento, (b) o efeito positivo da dose mais próxima do consumo culinário normal aponta para a necessidade de verificar futuros efeitos de baixas doses ao longo do envelhecimento.

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