O impacto da inteligência na desigualdade global

O impacto da inteligência na desigualdade global

            A constatação da persistência da desigualdade global e disparidade nos diferentes tipos de condição humana, a despeito dos grandes esforços internacionais para reduzi-las, e equalizá-las, em todo o mundo, nos conduz a uma explicação teórica para o fracasso de removê-las. Alhures mencionamos que todas as teorias de desenvolvimento econômico, bem como, as explicações da persistência da pobreza são baseadas na suposição axiomática de que os vários fatores ambientais são suficientes para explicarem a desigualdade global nas condições humanas. De acordo com essas hipóteses, não é necessário levar em consideração o possível impacto da natureza humana (sinônimo de inteligência) sobre a desigualdade global porque, de acordo com uma suposição implícita, não pode haver diferenças significativas nas habilidades inatas (sinônimo de inteligência) das nações.

            Essas observações têm levado alguns estudiosos à conclusão de que tais suposições axiomáticas são errôneas, pois inúmeros estudos têm claramente revelado que o nível do QI nacional pode variar consideravelmente de país para país. Ao lado disso, tem sido, também, constatado, que, mesmo dentre nações, sejam elas de pequenas ou grandes dimensões, há diferenças sistemáticas no nível de QIs nacionais entre regiões. Assim considerando, torna-se difícil explicar tais diferenças unicamente por fatores ambientais, embora seja certo que estes afetem o nível de QI nacional em alguma extensão. Talvez seja mais razoável assumir (ainda que seja politicamente incorreto) que claras diferenças nos QIs nacionais entre grupos continentais sejam devidas, principalmente, às diferenças nas habilidades mentais das populações e nações. Ademais, pelo fato de nações inteligentes serem, usualmente, mais hábeis em criar melhores condições de vida para seus habitantes do que nações menos inteligentes, é razoável arguir que a desigualdade global nas condições humanas seja devida, principalmente, à evoluída diversidade humana mensurada pelo QI nacional.

            Nesse ponto, é justificável perguntar, “Como QI nacional é suposto afetar o nível das condições humanas mensuradas pelos vários indicadores econômicos, escolásticos, sociais e de saúde?”, bem como, “Qual é o mecanismo através do qual a diversidade humana, mensurada pelo QI nacional, pode elevar, ou diminuir, o nível das condições humanas?”. Alguns estudiosos, de um lado, argumentam que esse mecanismo é conectado com a “luta” pelos recursos escassos e pela existência, tal como descrito pela Teoria Darwiniana da Evolução e pela seleção natural. Assim sendo, alguns competidores têm mais sucesso do que outros, de forma que os recursos escassos não se tornem igualmente distribuídos entre os competidores. Por sua vez, outros teóricos assumem que as pessoas lidam diferencialmente com a complexidade que permeia o nosso cotidiano, complexidade, esta, entendida, pelos mesmos, como sendo sinônimo de inteligência. O que nos leva a constatar que ambos os argumentos enfatizam o “sucesso” no mundo moderno como algo não aleatório, mas, sim, dependente, em parte, da constituição hereditária dos competidores bem-sucedidos.

            Pelo fato de inteligência ser, certamente, usada na “luta” pelos bens escassos, bem como, para lidar com a alta complexidade das tarefas modernas, é razoável assumir que indivíduos mais inteligentes e grupos (nações, estados) têm, usualmente, melhores chances de serem mais bem-sucedidos do que os indivíduos ou grupos menos inteligentes. Consequentemente, o QI nacional poderia estar positivamente correlacionado com o nível das condições humanas mensurado pelos vários indicadores, alguns dos quais mencionados acima. Esta hipótese, enfatizando o papel da inteligência (QI) na riqueza, pobreza e nas desigualdades das nações, e de regiões dentro essas nações, pode ser empiricamente testada baseando-se, essencialmente, nas correlações dos diferentes QIs nacionais ou nas correlações das regiões dentre nações (por exemplo, Estados, Províncias, Departamentos) e os variados indicadores de riqueza, de pobreza e de disparidades nas condições humanas.

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