O que faz de um Prefeito um Líder Transformador?

O que faz de um Prefeito um Líder Transformador?

               A proximidade de eleições municipais retorna, à mídia, a apresentação partidária das diferentes características, ou atributos, que devem compor o perfil de um Prefeito para que este seja um Líder Transformador. Estes atributos, sejam pessoais, motivacionais ou emocionais, buscam especificar competências sociais e habilidades cognitivas supostamente requeridas para o exercício eficaz de tal cargo. Considerando a literatura política e psicológica sobre o assunto, verifica-se que a mesma sustenta o fato de nações, estados, municípios e organizações sociais, públicas ou privadas evoluírem, e se tornarem fortes instituições, devido, em grande parte, às habilidades e competências de seus fundadores e daqueles que as tem liderado. Entretanto, esta mesma literatura, também reforça, sobremaneira, que a constância de tal grandeza, e atuação, depende das habilidades de liderança daqueles que se encontram nos postos-chave das mesmas.

               Historicamente, o surgimento, avanço e fracasso de grandes corporações são resultado direto da capacidade transformadora de suas lideranças, que as guiou e responde pelo destino de cada uma delas. Similarmente, Ribeirão Preto não foge, nem fugirá, desta regra, considerada universal em contextos econômicos, sociais e administrativos. Nesta circunstância, diferentes traços da personalidade de seus dirigentes, bem como, das competências sociais e habilidades cognitivas destacadas pelos especialistas, podem ser agrupados num modelo de liderança que engloba três elementos-chave, tecnicamente denominados de dimensões: criatividade, inteligência e sabedoria. Estes nos informam que, para se dirigir um município, da magnitude e da qualidade de Ribeirão Preto, há a necessidade de um Prefeito eficiente, que possua: (a) habilidades criativas para originar idéias, (b) habilidades analíticas para decidir se tais idéias são boas, (c) habilidades práticas para fazer as idéias funcionarem e convencerem os outros de seu valor e importância e (d) sabedoria para assegurar que tais idéias estão a serviço do bem comum, não sendo de interesse específico do Prefeito e de seus seguidores (secretários, funcionários e parentes), os quais, usualmente, e por vários motivos, o cercam.

               A um Prefeito que falte criatividade será impossível lidar com a novidade, bem como, encontrar saídas criativas para implementar e fomentar o que surge de modo complexo, a saber, saúde, educação, transporte e segurança pública, entre outros. Ademais, na ausência de tais características de liderança, também a este Prefeito tornar-se-ia impossível lidar com hostilidades, ocasionadas na complexa rede de relações interativas, junto aos diferentes segmentos políticos e sociais da comunidade. A um Prefeito que falte inteligência analítica não lhe será possível decidir se suas idéias são plausíveis e viáveis, e a um Prefeito que falte inteligência prática torna-se incapaz a implementação de ideias. O Prefeito deve ser capaz de reconhecer, analisar, avaliar e julgar informações que sejam relevantes na tomada de decisões visando ao bem-estar comum da população. Além disso, deve saber usar sua inteligência prática para solucionar problemas cotidianos, fazendo uso do conhecimento ganho por meio da experiência para adaptar, modelar e selecionar ambientes propícios para o desenvolvimento e bem-estar subjetivo de todos os segmentos da população.

               Um Prefeito sábio é identificado, portanto, naquele que é capaz de usar a inteligência analítica e prática, a criatividade e o conhecimento, sempre mediados por valores que busquem atingir o bem comum. Um Prefeito que seja capaz de equilibrar os interesses intrapessoal (o seu próprio), interpessoal (o de outros) e extrapessoal (o organizacional, institucional e/ou espiritual), a curto e longo prazos, visando, principalmente, alcançar os indicadores internacionais de alta qualidade de vida para todo o município que está a administrar. A sabedoria de um Prefeito, em grande parte entendida como o saber usar a inteligência, a criatividade e o conhecimento, envolve, portanto, não apenas habilidades no uso destes elementos, mas, principalmente, a disposição em usá-las para o bem comum. Um Prefeito ao qual falte sabedoria pode até ter sucesso em implementar idéias, mas, invariavelmente, implementará aquelas que são contrárias aos melhores, e mais urgentes, interesses populacionais, tal como tem ocorrido, até o presente momento, em Ribeirão Preto. A mesma Ribeirão Preto cuja qualidade de vida se deteriora com o passar dos minutos, das horas, dos dias, dos meses e dos anos.

               Portanto, o que se verifica através da observação atenta do que ocorre na cidade é que a maioria dos Prefeitos, ou candidatos a Prefeito da mesma, certamente, não tem desenvolvidas, em si próprios, todas estas três dimensões, as quais lhe permitam atuar de maneira o mais eficaz possível. Características muito difíceis de serem encontradas num só homem, a constituição de excelentes equipes é muito importante para os mesmos. São estas que os capacitam a compensar suas próprias fraquezas lideracionais, suprindo-lhes as habilidades e disposições que eles não têm em nível suficiente para administrar tudo que é necessário. Logo, capitalizando sobre as potencialidades individuais dos membros que compõem sua equipe, urge verificar que inteligência, criatividade e sabedoria são fundamentais ao futuro Prefeito, para que Ribeirão Preto possa ser administrada de maneira eficiente e integrada.

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