O quociente de inteligência (QI)

O quociente de inteligência (QI)

           Idade mental é inadequada como meio de comparar a inteligência de duas crianças de diferentes idades cronológicas (IC). Supondo que uma criança de 6 anos e outra de 10 anos de idade tenham, ambas, a idade mental (IM) de 8 anos. Cognitivamente, elas podem ser indivíduos diferentes, pois uma está se desenvolvendo rapidamente enquanto a outra o está mais lentamente. A necessidade de uma medida de desenvolvimento mental que seja independente da idade cronológica levou ao conceito de Quociente de Inteligência (QI), que foi, originalmente, desenvolvido como sendo a razão entre idade mental e idade cronológica multiplicado por 100. Isto é: QI=(IM/IC)x100.

            Para ilustrar, tome-se o seguinte exemplo: uma criança de 10 anos, capaz de solucionar problemas no nível de uma criança de 12 anos de idade, teria um IM=12, um IC=10, QI=120. Um QI de 100 indica que o desenvolvimento cognitivo da criança está seguindo o caminho considerado normal. Um QI acima de 100 indica aceleração; abaixo, indica desenvolvimento lento. No caso de nossas crianças hipotéticas de 6 e 10 anos, mencionadas inicialmente, ambas das quais tendo idade mental de 8 anos, a primeira criança teria um QI de 133 e, a segunda, um de 80. Em termos educacionais modernos, a primeira criança poderia ser considerada para um programa de educação acelerada ou avançada; já a segunda, se acompanhada por dificuldades escolares, seria candidata a um programa de educação especial.

            Esse método de calcular QI não funciona com adultos, pois inteligência não aumenta linearmente com a idade após a adolescência. Um homem de 60 anos, cujo poder mental seja igual àquele esperado de um homem de 40 anos, não seria, naturalmente, considerado de desenvolvimento atrasado. Portanto, a razão de QI anteriormente descrita tem sido substituída por uma medida baseada na noção de que QI deveria refletir a posição de uma pessoa dentro de seu próprio grupo etário.

            Assim considerando, os testes de inteligência são padronizados administrando-os a uma amostra relativamente grande de pessoas escolhidas como sendo representativas da população para a qual o teste é dirigido. A amostra deve ser suficientemente grande de modo que uma distribuição dos escores (pontuações) possa ser obtida para diferentes grupos etários. O escore bruto do teste é baseado no número de itens corretamente respondido e ou o nível de dificuldade do item.

            O escore de QI é derivado dos dados brutos da seguinte maneira: suponha que Y seja o escore bruto de uma pessoa num particular grupo etário. Suponha, também, que M seja a média e S o desvio-padrão para todos os escores no grupo de referência. O correspondente escore padrão é z=(Y-M)/S. O escore de QI é derivado a partir da seguinte conversão, QI=15 x z + 100. Se os escores brutos forem normalmente distribuídos, então, os escores de QI resultantes serão normalmente distribuídos com uma média de 100 e um desvio de 15.

            QI e escores são usados para descrever, relativamente, então, uma pessoa em relação a outra. Em termos da testagem moderna, se alguém diz que sua criança tem um QI de 120, isto não significa que a idade metal dessa criança é 20% mais alta que sua idade cronológica, mas, sim, que a criança tem um escore no teste, no topo dos 9% dos escores do teste da distribuição daquela idade infantil. Algumas das implicações da distribuição do QI são: a) aproximadamente de 2/3 de todos os escores situam-se se entre 85 e 115; b) 5% (1/20) de todos os escores estão acima de 125, e 1% (1/100) está acima de 135; similarmente, 5% estão abaixo de 75 e 1% abaixo de 65. Em conclusão, o QI, na realidade, é um escore indicando a posição relativa de uma pessoa num teste de inteligência, comparado ao desempenho de pessoas num grupo de comparação apropriadamente escolhido.

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