
Percepção do espaço em atletas e não atletas
Baseando-se em alguns dos meus estudos publicados sobre percepção do espaço, Frank Durgin, do Swarthmore College, USA, investigou se atletas fazem estimativas de distância egocêntrica (dele até um objeto) mais acuradas do que não atletas. As questões fulcrais de seu estudo foram “Atletas veem distâncias e alturas diferentemente dos não atletas?”, “Atletas julgam de modo diferente?”. Muitas formas de competição atlética são realizadas em ambientes altamente padronizados. Por exemplo, no basketball, a altura-padrão de 3,05 m descreve a altura regular do aro tanto para homens quanto para mulheres e este fato é bem conhecido entre os atletas. No baseball, é bem conhecido que a distância até a primeira base é 27,4 m. No futebol, todos os jogadores sabem que a distância para bater um pênalti é 11 m.
Para isso, atletas e não atletas efetuaram vários e diferentes tipos de estimativa de distância e de altura de objetos tanto em ambiente natural quanto em ambiente virtual. As distâncias variaram de 2,5 a 30 m. Após as estimativas, os pesquisadores administraram um questionário visando aferir o conhecimento que os participantes tinham das dimensões físicas de diferentes tipos de esporte. Tal questionário capturava o conhecimento que cada participante tinha dos esportes americanos, incluindo a distância à primeira base no baseball, a altura do aro no basketball, a altura das traves no futebol americano, o comprimento de uma piscina olímpica, o comprimento de uma quadra de tênis e o comprimento típico de uma pista de atletismo. Os participantes também foram questionados sobre algumas estratégias que eles utilizaram para as várias tarefas.
Os resultados indicaram que ambos os grupos foram bem calibrados para a estimativa da altura de estacas observadas frontalmente, mas os atletas foram muito mais calibrados em estimar longas distâncias egocêntricas, as quais são, sistematicamente, subestimadas por não atletas. Atletas foram mais prováveis de terem aprendido unidades específicas da distância do terreno, a partir de contextos dos esportes relevantes. Ambos os grupos registraram usar a altura humana como uma métrica para a extensão vertical. Para não atletas, subestimação verbal para a distância do terreno corresponderam as predições baseadas nos emparelhamentos perceptuais entre distâncias egocêntricas e extensões verticais, em conjunto com estimativas verbais, baseadas na altura humana das extensões verticais. Para atletas, o escalonamento verbal de distâncias egocêntricas até dez metros, ou mais, foi mais acuradas, também não foi predito por seus emparelhamentos de distância egocêntrica às extensões verticais.
A percepção do espaço dos atletas não é escalonada, diferentemente, daquelas dos não atletas, ainda que seus julgamentos explícitos do espaço mais distante tenham sido melhor calibrados.