
A pílula do QI
Há uma pílula que possa aumentar o QI? Até
recentemente, as pessoas acreditavam que aumentar o QI era uma ficção
científica. No filme em cartaz, “Sem
Limites”, Robert De Niro/Bradley Cooper, trata de um escritor fracassado que se
transforma num ousado gênio após tomar uma secreta pílula clinicamente testada
que melhora o QI. Após tomar esta droga inteligente, o escritor torna-se hábil,
em poucas horas, de dominar uma nova língua e, prontamente, relembrar e beneficiar-se
de cada fragmento de informação que ele jamais pudera aprender. Ficção ou
realidade?
De
fato, estudos farmacológicos constituem estratégias importantes em entender as
bases biológicas da inteligência, principalmente, porque oferecem possibilidades
de compreender como a inteligência ocorre em níveis celulares e neuronais. A
realidade é que, um estudo publicado (Intelligence, 2011; 39:100-107),
há poucos dias, revela que a ficção configurada na película já é um fato.
Usando um delineamento aleatório tipo duplo-cego e com grupos paralelo e
placebo controlados, os efeitos, de uma formula científica conhecida como Ceretrophin sobre uma ampla variedade de
variáveis cognitivas, incluindo o QI, foram sistematicamente investigados. Esta
especial formulação combinou várias substâncias naturais e sintéticas,
comumente, usadas como suplementos para melhorar inúmeros processos biológicos
e cognitivos estudados em pesquisas clínicas com humanos, animais e in vitro.
Voluntários
saudáveis foram aleatoriamente distribuídos ao grupo-placebo ou ao
grupo-tratamento. Os grupos Ceretrophin e placebo receberam uma dose diária, ao
longo de 28 dias, com 4 tabletes, cuja forma foi em aparência idêntica para
ambos. O Teste das Matrizes Progressivas de Raven (TMPR), um dos melhores
testes não-verbal para mensuração da inteligência geral foi utilizado em ambos
os grupos na linha de base e no pós-teste.
Este contém 36 itens, dispostos em ordem crescente de dificuldade,
requerendo progressiva capacidade cognitiva de codificação e analise. Para
metade dos participantes, seus 18 itens pares foram administrados aos da linha
de base, e os 18 itens ímpares foram administrados na condição reteste,
realizada 28 dias depois. Inversamente, para a outra metade, 18 itens ímpares
foram dados na linha de base e, então, os 18 itens pares no reteste, também 28
dias depois.
Comparações
revelaram que a pontuação média no TMPR, na quarta semana, foi significativamente
mais elevada que aquela no mesmo teste na linha de base para o grupo que
ingeriu Ceretrophin. Para o grupo-placebo, a pontuação média no reteste não foi
significativamente diferente que aquela da linha de base. O estudo parece
indicar que uma dosagem crônica com Ceretrophin melhora o desempenho cognitivo
mensurado pelo TMPR, quando comparado com o grupo-placebo. O efeito foi robusto
e igual a um aumento no QI ao redor de 6 pontos. Portanto, a pílula do QI já é
uma realidade.