
Políticas públicas para o bem-estar subjetivo
Sendo o propósito maior das políticas públicas melhorar o bem-estar subjetivo dos cidadãos, verifica-se que o debate sobre uso de medidas de bem-estar subjetivo, tais como, registro verbal de impressões gerais sobre a vida, listagem de eventos positivos e negativos, entre outros, na implementação das mesmas, tem se intensificado nos últimos anos. Isto se comprova ao verificarmos cientistas sociais argumentando que o momento político-administrativo mundial é propício ao deslocamento interessado do tradicional eixo bem-estar material e desenvolvimento econômico, para um novo eixo, que insere ópticas de impacto pautadas pelo como as pessoas pensam e se sentem sobre suas vidas.
Apresentado em três modos básicos, bem-estar pode ser entendido: (1) como estado mental a partir do qual se entende como as pessoas pensam e sentem sobre suas próprias vidas, caracterizado por sentimentos de prazer e desprazer, felicidade e tristeza, e satisfação e insatisfação. É o caso, por exemplo, de pessoas questionadas por quererem alcançar vários objetivos, tais como, perda de peso ou poupar dinheiro, com as mesmas concluindo que atingir estes objetivos melhorará seu bem-estar subjetivo; (2) como melhoramento de circunstâncias objetivas de vida, tais como, saúde e educação, quando o atendimento de suas necessidades e direitos humanos básicos, tais como, alimentos, moradia, saúde, segurança e liberdade, são atendidos; (3) considerando o grau de habilidade do indivíduo em preencher seus desejos ou satisfazer suas preferências, discutindo, por exemplo, como uma maior renda, ao possibilitar ao indivíduo satisfazer um número maior de suas preferências materiais, identifica riqueza como reflexo direto de satisfação pessoal. Cumpre, lembrar, entretanto, que estas duas últimas definições, focalizadoras do bem-estar material, têm tido um maior impacto sobre as políticas públicas atuais, do que aquelas que focalizam, essencialmente, o bem-estar subjetivo. E isto, usualmente, embora favoreça a melhoria da situação material das pessoas, não tem conduzido ao que, talvez, seja o mais importante: torná-las mais felizes do que antes
Assim relacionados, o principal objetivo das políticas públicas seria fornecer as condições nas quais as pessoas, ampliando seu bem-estar subjetivo, seriam capazes de enriquecer seu conjunto de capacidades. Não se limitando a focalizar as necessidades básicas humanas relacionadas ao bem-estar físico, mas, também, provisionar oportunidades para as pessoas evoluírem e desenvolverem seu bem-estar psicológico, tal mudança de eixo poderia examinar como diferentes indicadores do bem-estar subjetivo, em diferentes domínios, tais como família, emprego, escola, relações afetivas, etc., podem auxiliar os propósitos das políticas públicas atuais, em lugar de ser considerada, exclusivamente, uma alternativa para estes objetivos em todas as situações.