Problemas de trânsito insolúveis

Problemas de trânsito insolúveis



        Em países motorizados a segurança viária tem sido substancialmente melhorada, embora a redução das fatalidades varie de 50% a 80%, alguns problemas de segurança persistem, difíceis de solucionar: (1) alta taxa de envolvimento de jovens do sexo masculino em acidentes de trânsito. A taxa de lesões nos jovens, entre 18-19 anos, é de 5 a 10 vezes maior que a taxa do grupo mais seguro. Ao longo da última década, esta diferença não se tornou menor, indicando crescimento contínuo. Similarmente, motoristas de 20-24 anos têm taxa mais alta de lesões que o grupo mais seguro, as diferenças não parecem diminuir e os homens têm mais acidentes que as mulheres; (2) as taxas de lesões para usuários não-protegidos, como pedestres, ciclistas e usuários de mobiletes e motos, as quais continuam sendo mais elevadas que as dos ocupantes de carros. Pedestres sofrem 4 a 5 vezes mais lesões por km/viajado que os ocupantes de carros. A taxa para ciclistas é maior que a de pedestres, os usuários de mobiletes têm quase a mesma taxa que aquela de ciclistas e os motociclistas têm a maior é a maior dos grupos; (3) são os diferentes tipos de rodovias e ambientes de tráfego diferindo nas demandas das tarefas de dirigir. Uma rodovia livre impõe demandas leves, a via urbana congestionada impõe pesadas demandas sobre a atenção e uma estrada rural, multiuso, requer demandas moderadas dos usuários. Neste caso, motos envolvem-se em mais acidentes que os demais tipos de veículos e em diferentes tipos de vias. Vias urbanas apresentam os maiores riscos e as rodovias livres são as mais seguras; (4) a incompatibilidade entre pequenos e grandes veículos denotada pelas diferentes quantidades de energia cinética que produzem quando se movem.  Quanto mais pesado o veículo, tanto maior a quantidade de energia cinética produzida. Quanto mais pesado tanto maior o número de feridos externos causado. Para cada caminhão envolvido em acidente, 3,5 pessoas externas são feridas. Estas razões são estáveis ao longo dos anos, ainda que as vias e os ambientes de trânsito tenham melhorado; (5) é o excesso de velocidade, inquestionavelmente um dos maiores problemas em todas as nações motorizadas, e um dos mais resistentes à mudança. Menos que 20% de km rodados, nestes países, foram feitos acima dos limites de velocidade, chegando a quase 50% nos últimos anos. O excesso de velocidade é resultante da adaptação comportamental à melhoria das rodovias e dos carros. È estimado que as fatalidades reduzir-se-iam em 25%, os seriamente lesionados em 18% e os feridos leves em 10%, se o excesso de velocidade fosse eliminado.

     Razões alegadas são: elevada tolerância ao problema; necessidade de medidas impopulares; fatores biológicos e/ou psicológicos difíceis de influenciar; e dificuldade de entender a física da energia cinética envolvida nos acidentes.

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