Psicologia da Saúde Mental (10): Sintomas Somáticos e Desordens Dissociativas

Psicologia da Saúde Mental (10): Sintomas Somáticos e Desordens Dissociativas

Sintomas somáticos ou moderadamente dissociativos, de acordo com os autores do livro Abnormal Psychology (Pearson, 2021), são experenciados ocasionalmente por quase todos nós. De fato, quase 80% da população em geral diz que tem tido sintomas somáticos (físicos) na última semana. Todavia, quando preocupação sobre estes sintomas é severa, e leva a estresse ou incapacidade significativa, uma desordem de sintomas somáticos pode ser diagnosticada. Também, quando sentimentos de estar ausente torna-se persistente e recorrente, uma pessoa tem profundas e incomuns déficits mnemônicos, tais como, não reconhecerem a si próprias, o diagnóstico de uma desordem dissociativa pode ser garantido. No passado, tanto as desordens de sintomas somáticos quanto as desordens dissociativas foram incluídas com as várias desordens de ansiedade e também com as depressões neuróticas e consideradas serem formas de neurose.

As desordens de sintomas somáticos e desordens relacionadas situam-se na interface da psicologia do anormal e medicina. Essas são desordens nas quais problemas psicológicos são manifestados em sintomas físicos. Em resposta a esses sintomas as pessoas experienciam pensamentos, sentimentos e comportamentos anormais. Incluído na categoria de sintomas somáticos, e desordens a eles relacionadas, estão a desordem de sintoma somático, desordens de ansiedade à doença, desordem de conversão e desordem facticiosa. Desordens de sintomas somáticos ocorrem em indivíduos cujas queixas tem persistido nos últimos seis meses. Mesmo se os sintomas não parecerem ter uma explicação médica, o sofrimento da pessoa é considerado autêntico.

Na perspectiva psicanalítica, os sintomas físicos são vistos como resultante de conflitos inconscientes não resolvidos ou inaceitáveis. Ao invés de ser expressa diretamente, a energia psíquica é aprisionada em problemas físicos, mais socialmente aceitáveis. Uma perspectiva mais atual é a cognitivo-comportamental. De acordo com essa abordagem, pessoas com desordens de sintomas somáticos são hipervigilantes, dando muita atenção ao seu corpo e às mudanças corporais. Elas também têm uma tendência a rotular as sensações corporais como sintomas somáticos, atribuindo sensações físicas à doença. Devido as suas preocupações exageradas, as pessoas tornam-se muito estressadas, buscando atenção médica para seus problemas físicos percebidos. Para as desordens de sintomas somáticos que envolvem dor, o tratamento, geralmente, inclui, treino de relaxamento, suporte e validação de que a dor é real, agendamento de atividades diárias, reestruturação cognitiva e reforçamentos de comportamentos não dolorosos. Medicamentos antidepressivos são, também, utilizados algumas vezes.

Em contraste, desordens de ansiedade à doença é uma diagnose que pode ser utilizada para indivíduos que são muito ansiosos sobre ter uma doença, mesmo embora eles possam não ter sintomas. Por outro lado, desordens de conversão envolvem um padrão de sintomas ou déficits, tais como, perda de visão e paralisia, que afetam as funções motoras voluntárias ou sensoriais. Embora o problema clínico sugira uma condição médico-neurológica, exame médico não revela base física para outros sintomas. Indivíduos com desordem fictícia intencionalmente produzem sintomas médicos ou psicológicos, quando não ambos. Eles fazem isso na ausência de recompensas externas, a fim de tomarem um papel na doença. Por outro lado, as desordens dissociativas ocorrem quando os processos que normalmente regulam a consciência, e as capacidades multicanais da mente, aparentemente tornam-se desorganizados, levando a várias anomalias da consciência e identidade pessoal.

Desordens de despersonalização/desrealização ocorrem nas pessoas que experienciam episódios persistentes e recorrentes de desrealização, isto é, perda do sentido de realidade do mundo externo e/ou despersonalização, isto é, perda do senso de si próprio ou da própria realidade. Amnésia dissociativa envolve uma inabilidade para relembrara previamente informação armazenada que não pode ser explicada pelo esquecimento comum. Isto pode ser provocado por uma reação a circunstâncias extremamente estressantes. A perda da memória é primariamente para memória episódica ou autobiográfica. Outros aspectos da memória geralmente permanecem intactos. Algumas vezes pode ocorrer fuga dissociativa, onde a pessoa não só é amnésica para alguns ou todos os aspectos de seu passado mas, também, foge da suas vizinhanças domésticas. Na desordem de identidade dissociativa, a pessoa manifesta, no mínimo, duas ou mais identidades distintas que se alternam de algum modo em tomar o controle do comportamento. Identidades diversas podem diferir em muitas maneiras da identidade principal.

De acordo com a Teoria do Trauma, desordens de identidade dissociativa desenvolvem-se resultantes de vários traumas infantis. O tratamento para ela é tipicamente baseado na orientação psicodinâmica, mas, algumas vezes, hipnose pode ser utilizada.

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