Psicologia da Saúde Mental (15): Disfunções Sexuais Masculinas

Psicologia da Saúde Mental (15): Disfunções Sexuais Masculinas

Relacionamentos amorosos e sexuais satisfatórios certamente são substanciais para a felicidade almejada. Entretanto, quando isto não ocorre, dedicamos muito do nosso tempo e energia buscando-os. Neste contexto, sexualidade é uma das preocupações centrais de nossas vidas, influenciando nossa escolha de parceiros românticos, nossos cônjuges e determinando como seremos felizes com nossos parceiros e, também, conosco próprios. Assim considerando, muitos problemas de natureza psicológica trazem dificuldades para as pessoas preencherem suas necessidades sexuais. Dentre eles, aqui chamados de disfunções sexuais, incluindo-se os problemas que impedem um bom desempenho sexual. Pessoas que apresentam tais disfunções (ou seus parceiros) tipicamente veem os mesmos como problemas.

                Segundo os autores do livro Abnormal Psychology (Hooley et., 2021), o termo disfunção sexual refere-se à incapacidade, ou falta de libido, para a gratificação sexual, bem como, de habilidade para alcançá-la. As incapacidades, variando em grau, independente de qual parceiro as estejam experenciando, afetam o relacionamento de modo geral, ocorrendo tanto em casais do mesmo- sexo ou do sexo-oposto.  Em alguns casos, disfunções sexuais são causadas primariamente por fatores psicológicos ou interpessoais, enquanto, em outras, fatores físicos são mais importantes, incluindo muitas causas de disfunções sexuais que são consequências secundárias de medicações que as pessoas estão tomando para tratar condições clínicas não relacionadas.

Por razões culturais e, possivelmente, também por razões biológicas, sexo é entendido como algo importante para os homens, o que faz com que a indústria farmacêutica siga capitalizando o estresse do homem sobre a disfunção sexual para faturar bilhões de dólares a partir de vendas de medicamentos para tratamentos desses quadros. Uma das mais comuns disfunções sexuais masculinas é o transtorno do desejo sexual hipoativo masculino, diagnosticado no homem que tem estado estressado por baixos níveis de pensamentos, desejos, ou fantasias sexuais. Homens afetados por essas disfunções são, também, avaliados para o curso da disfunção duradoura, ou adquirida, e pelos possíveis fatores causais, incluindo problemas advindos dos parceiros, dos relacionamentos, de crenças culturais ou atitudes e de vulnerabilidade pessoais como, por exemplo, pobre imagem corporal ou condições médicas.

O distúrbio erétil, originalmente denominado de impotência, refere-se a uma inabilidade para obter, ou manter, uma ereção suficiente o bastante para o intercurso sexual. Transtorno erétil é diagnosticado apenas quando as dificuldades são consideradas originarem-se de fatores psicológicos, bem como, de uma combinação de fatores psicológicos e de saúde. No transtorno erétil longo (duradouro), um homem com desejo sexual adequado não é capaz de manter uma  ereção longa o suficiente para acompanhar a duração da penetração satisfatória. Na condição de transtorno erétil situacional, um homem, com desejo sexual adequado, tem, no mínimo, uma experiência bem sucedida de atividade sexual, requerendo ereção, mas sendo incapaz de produzir, ou manter, o nível de rigidez peniana.

A ejaculação prematura refere-se a um início persistente, e recorrente, de orgasmo e ejaculação com mínima estimulação sexual. Ela pode ocorrer antes, durante e imediatamente após a penetração e antes do homem querer fazê-lo. A duração média da ejaculação em homens com este problema é de 15 segundos ou de 15 impulsos (movimentos) de intercurso. As consequências frequentemente incluem frustração do parceiro para alcançar a satisfação e, muito frequentemente, desconforto emocional (frustração) para o homem ejaculando precocemente, com ansiedade disruptiva sobre a recorrência de intercurso futuro. Por sua vez, o transtorno de ejaculação retardada refere-se à inabilidade persistente para ejacular durante o intercurso. Aproximadamente 85% dos homens que têm dificuldade de ejacular durante um relacionamento sexual pode nunca alcançar orgasmo por outros meios de estimulação, notavelmente através da masturbação.  Em casos moderados, um homem pode ejacular na presença de um parceiro, mas apenas por meio da estimulação manual ou oral.

Psicoterapias constituem as melhores ferramentas a serem usadas para o tratamento, usualmente visando os seguintes objetivos: modificar os padrões de excitação sexual e atração, modificar as cognições e as habilidades sexuais para permitir acompanhar mais apropriadamente  as interações sexuais  com parceiros adultos e alterar os hábitos  ou comportamentos que aumentem  a chance de reincidências de tais disfunções, ou que reduzam o impulso e a motivação sexual.

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