Psicologia da Saúde Mental (4): Métodos de Pesquisa

Psicologia da Saúde Mental (4): Métodos de Pesquisa

Para entender o comportamento anormal, nós, primeiramente, devemos aprender a descrevê-lo. Descrições do comportamento permitem reconhecer uma anormalidade fornecendo as bases para sua explicação. Suas descrições devem ser claras, não enviesadas e baseadas em cuidadosa observação. Em seguida, os psicólogos, e outros estudiosos do mesmo, usam o método científico para avançar a descrição, explicação, predição e controle do comportamento anormal. Para os autores do livro Abnormal Psychology (Pearson, 2021), o método científico envolve, em essência, seguir diferentes passos. Vejamos os mesmos: 1º) formular uma questão científica: os cientistas derivam questões de pesquisa a partir de prévias observações e teorias correntes. Por exemplo: na base da observação clínica, psicólogos podem formular questões sobre se certas drogas experimentais, ou tipos particulares de psicoterapia, podem ajudar a sobrepujar a depressão; 2º) enquadrar a questão de pesquisa na fórmula de uma hipótese: uma hipótese é uma predição testada num experimento. Por exemplo, cientistas podem hipotetizar que pessoas clinicamente deprimidas mostrarão melhoria nas medidas de depressão se a elas forem dadas uma droga experimental em comparação se elas receberem uma droga placebo; 3º) testar a hipótese: cientistas testam hipóteses através de experimentos nos quais variáveis são controladas e as diferenças são observadas. Por exemplo, eles podem testar hipóteses sobre a droga experimental, dando esta a um grupo de pessoas com depressão e dando a outro grupo o placebo. Então eles podem testar para verificar se as pessoas que receberam a droga ativa mostram um melhoramento ao longo de um período de tempo do que aqueles que receberam um placebo; 4º) delinear conclusões sobre as hipóteses: na fase final da pesquisa, os cientistas retiram conclusões de seus achados sobre a acurácia de suas hipóteses. Para isso, os psicólogos usam métodos estatísticos para determinar a probabilidade das diferenças entre grupos e se elas são significativas ou devidas às flutuações do acaso. Os resultados da pesquisa levando, frequentemente, à modificações na teoria, nova hipótese e subsequentes pesquisas.

            Em geral, há seis métodos de coletar dados em psicologia do anormal. Falemos um pouco deles. O primeiro é o método de observação naturalista. Nele, o investigador observa o comportamento em situações de campo, a fim de melhor entender a ocorrência destes em ambientes naturais. Os observadores necessitam estar seguros de que eles não afetam o comportamento que eles estão observando. O segundo é o método correlacional de pesquisa, que explora relações entre variáveis, a fim de predizer futuras ocorrências, sugerir possíveis causas subjacentes do comportamento e entender como as variáveis correlacionam-se umas com as outras. Pesquisa longitudinal é um tipo de estudo correlacional no qual uma mostra de participantes é, repetidamente, estudada em intervalos periódicos em um longo período de tempo. Algumas vezes ultrapassando décadas. O método experimental é usado para testar relações de causa e efeito, por meio da manipulação de uma variável independente sob condições controladas. Investigadores usam alocações aleatórias para determinar qual participante de pesquisa recebe o tratamento experimental e qual não o recebe (controle). Os experimentos são avaliados em termos de validade interna, externa e de construto.

Estudos epidemiológicos examinam as taxas de ocorrência do comportamento anormal em vários grupos populacionais ou arranjos experimentais a fim de melhor entender como a desordem psicológica é distribuída em toda uma população. Os estudos de parentesco, incluindo estudos com gêmeos e adotados, tentam diferenciar as contribuições para o comportamento anormal dos fatores genéticos e ambientais. Estudos de caso, por sua vez, fornecem rico material sobre as vidas e tratamentos dos indivíduos com desordens psicológicas, mas são limitados pela dificuldade em obter histórias não enviesadas dos pacientes, além de não serem acuradas. Ademais, há a ausência de grupo controle.

            Assim considerando, dentro desse contexto, controlar o comportamento significa usar o conhecimento científico para ajudar as pessoas a modelarem seus objetivos e mais eficientemente usarem seus recursos para ajudá-las em seu desempenho saudável.

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