Psicologia da Saúde Mental (5): Tratamentos Psicológicos

Psicologia da Saúde Mental (5): Tratamentos Psicológicos

De acordo com os autores do livro Abnormal Psychology (Pearson, 2021), os psicólogos clínicos são profissionais que usam testes psicológicos, bem como, que fazem diagnósticos das desordens mentais e psicológicas, além de praticar psicoterapia. Em suas atividades ocupacionais, variadas que são, eles ajudam as pessoas com graves transtornos mentais a receberem o serviço de que necessitam, podendo praticar psicoterapia ou terapia familiar ou conjugal. A terapia psicodinâmica é uma abordagem psicológica que se originou da psicanálise freudiana. Nela, os psicanalistas usam técnicas do tipo associação livre e análise onírica para ajudarem pessoas a compreenderem melhor seus conflitos inconscientes, visando conseguirem trabalhar com os mesmos à luz de suas características de personalidade adulta. Contemporânea, é mais breve e mais direta para explorar as defesas do paciente e suas relações de transferência. Por sua vez, a teoria de aprendizagem é a que aplica os princípios da instrução para ajudar as pessoas a fazerem mudanças comportamentais adaptativas. Dentre suas técnicas encontram-se a dessensibilização, a exposição gradual, a modelagem, a abordagem de condicionamento operante e o treinamento de habilidades sociais.

            A terapia humanística é a que focaliza, na dimensão subjetiva do paciente, a experiência consciente que este tem do aqui e do agora. Uma de suas formas de abordagem é a terapia centrada na pessoa, que ajuda os pacientes a aumentarem sua consciência, e aceitação, dos sentimentos internos que os têm conduzido aos problemas mal adaptativos, especialmente nos relacionamentos sociais e íntimos. Para uma terapia eficaz centrada na pessoa, o terapeuta deve, usualmente, possuir as qualidades de consideração positiva incondicional, empatia, genuinidade e congruência. A terapia cognitiva é a que focaliza a modificação das cognições mal adaptativas concebidas estarem subjacentes aos problemas emocionais e aos comportamentos de autodefesa. A terapia cognitivo-comportamental, como diz o próprio nome, é uma forma mais ampla de terapia, que integra as técnicas comportamentais e cognitivas no tratamento.

            Há duas formas gerais de terapias ecléticas. O ecletismo técnico, abordagem pragmática que se delineia de diferentes escolas de terapia, sem subscrever as posições teóricas representadas por essa abordagem. O ecletismo integrativo, modelo de terapia que tenta sintetizar e integrar diversas abordagens teóricas. A terapia de grupo, por sua vez, é aquela que oferece oportunidades para suporte mútuo e experiência de aprendizagem compartilhada dentro de um arranjo grupal, visando ajudar indivíduos a sobrepujarem as dificuldades psicológicas, bem como, a desenvolver comportamentos mais adaptativos. Os terapeutas familiares trabalham, geralmente, com famílias em conflito, buscando ajudá-las a resolverem suas diferenças e os conflitos que permeiam o ambiente familiar. Os terapeutas familiares focalizam em clarificar as comunicações familiares, resolvendo os conflitos de papéis, protegendo os membros da família e, usualmente, ajudando-os a desenvolver uma maior autonomia. Já os terapeutas de casal são os que focalizam em ajudar os cônjuges a melhorarem suas comunicações e diferenças.

            É importante destacar, finalmente, que há estudos aplicando meta análises nos desfechos da psicoterapia, comparando a técnica psicoterápica com grupos-controle que fortemente suportam a eficácia desse tipo de técnica. Empiricamente, terapias suportadas e robustas são aquelas que têm demonstrado benefícios significativos em comparação aos procedimentos-controle nos estudos científicos. Não obstante, fatores não específicos, incluindo empatia, suporte, atenção de um terapeuta e o desenvolvimento de aliança terapêutica, além do funcionamento dessa aliança, são fatores comuns compartilhados entre diferentes tipos de terapia. Mas é verdade, também, que questões permanecem sobre o grau em que os ganhos terapêuticos são devidos aos tratamentos específicos que os pacientes recebem ou aos fatores não específicos que diferentes terapias compartilham em comum.

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