Psicologia da Saúde Mental (9): Transtornos de Humor e Suicídios

Psicologia da Saúde Mental (9): Transtornos de Humor e Suicídios

Ao longo de nossa trajetória de vida, muitos de nós sentimo-nos deprimidos de tempos em tempos. Exemplos de situações que nos provocam pequenas depressões podem ser fracassar numa prova, brigar com um amigo, ter um atrito no trabalho, romper um relacionamento, entre outros. Todavia, desordens de humor envolvem alterações muito mais severas do humor por longos períodos de tempo. Em tais casos, as perturbações de humor são intensas e persistentes o suficiente para provocar sérios problemas nos relacionamentos e no desempenho profissional. Os transtornos de humor são diversos por natureza. Mas, em todos eles, o elemento comum é a variação extrema de emoções ou afeto, ainda que outros sintomas possam, também, estar presentes.

            Os dois principais transtornos de humor são a depressão, que usualmente envolve sentimentos elevados de tristeza e rejeição, e a mania, frequentemente caracterizada por sentimentos intensos e irrealistas de excitação e euforia. Algumas pessoas com transtorno de humor experienciam apenas períodos episódicos caracterizados por humor deprimido. Outras pessoas, entretanto, experienciam episódios maníacos em certos momentos e episódios depressivos em outros. Os estados de humor maníaco e depressivo são frequentemente concebidos como sendo opostos extremos de um continuum de humor, com o humor normal ficando no meio. Estados de humor normal podem ocorrer entre ambos os tipos de episódio depressivo ou maníaco.

            Transtornos depressivos unipolar são aqueles em que uma pessoa experiencia apenas episódios depressivos; desordens bipolares e relacionadas são aquelas nas quais uma pessoa experiencia tanto episódios depressivos quanto maníacos. Grandes desordens de humor ocorrem aproximadamente na mesma frequência que todas as desordens de ansiedade tomadas juntas. A taxas para grande depressão unipolar são sempre muito maiores para mulheres do que para homens, bem como, em indivíduos nos segmentos socioeconômicos mais vulneráveis e, curiosamente, naqueles que têm altos níveis de realizações nas artes. Desordens depressivas persistentes são caracterizadas por um transtorno depressivo que persiste na maior parte do dia, em uma grande quantidade de dias nos últimos dois anos. Depressões são sempre precipitadas por eventos de vida estressantes. Dentre os mais estressantes estão os que envolvem perda de vida, bem como, a criação de uma nova vida ou quando se muda o estilo de vida.

Nas desordens bipolares as pessoas experienciam tanto episódios de depressão quanto de hipomania ou mania. Durante esses episódios, os sintomas são essencialmente opostos àqueles experenciados durante o episódio depressivo. Desordens ciclotímicas referem-se a experiências repetidas de sintomas hipomaníacos por um período de aproximadamente dois anos. Fatores causais biológicos provavelmente desempenham papel mais proeminente para as desordens bipolares do que para as desordens unipolares. Também, variáveis psicológicas e de personalidade podem ser importante em determinar o desenvolvimento dos transtornos de humor, quaisquer que sejam estes. É também conhecido que fatores genéticos contribuem muito para desordens bipolares bem como para outras grandes desordens psiquiátricas. Em relação ao suicídio, é conhecido que ele é uma das causas líderes de morte no mundo todo. Aproximadamente 10% dos adultos registram que eles têm considerado seriamente o suicídio em algum ponto de sua vida e, aproximadamente, 3% cometeram uma tentativa de suicídio em algum momento.

Por sua vez, segundo os autores do livro Abnormal Psychology (Pearson, 2021), comportamentos e ideações suicidas aumentam drasticamente durante a adolescência e no início da vida adulta e os transtornos psicológicos, tais como desordens bipolares e de humor, são especialmente fortes fatores de risco para estes desfechos. Prevenções ao suicídio, ou programas de intervenção, geralmente consistem de intervenção na crise, na forma de linhas de apoio a suicidas. Importante mencionar que deve-se observar, de forma contínua e frequente, pessoas que manifestam quaisquer comportamentos, ou ações, que insinuam, ou conduzam ao, suicídio.

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