Quais são os efeitos da Religiosidade?

Quais são os efeitos da Religiosidade?

             A Páscoa se aproxima. E, conforme se sabe, trata-se a mesma de um dos mais significativos eventos religiosos de nossa era, no qual se compartilha, coletivamente, a ressurreição do Cristo e, por conseqüência, a renovação da esperança, da fé, da paz e da harmonia. Nesta ocasião, refletir de que modo as diferentes dimensões da experiência religiosa se associam à saúde física, e mental, talvez seja interessante. Nos últimos vinte anos, grande número de estudos empíricos, ainda que externo à literatura religiosa, tem focalizado tal relação, com muitos indicando que várias são as experiências religiosas associadas à melhoria da saúde física e mental.

            Uma das dimensões estudadas é a freqüência de atendimento aos serviços religiosos, a qual tem sido associada ao maior bem-estar subjetivo e físico. Outras, incluindo a identidade religiosa, as orações, o suporte social, o sentido de coerência, as crenças e a afiliação religiosa, também. Neste contexto, isto ocorre ainda que as orações tenham maior efeito sobre o bem-estar subjetivo quando os indivíduos estão enfrentando mais problemas pessoais. Do mesmo modo, suporte social, derivado do fato de participar de uma organização religiosa, tem estado associado a um maior bem-estar subjetivo. Mas, quando os indivíduos vivenciam conflitos sociais, enquanto membros de tal simples organização, eles tendem a ter maior estresse.

            Também, um maior senso de coerência emana da crença em várias tradições religiosas, e tem sido associado à suporte emocional, diminuição dos sintomas depressivos, maior auto-estima, menor estresse e maior senso de pertencer a alguma coisa. Todavia, o conteúdo específico das crenças religiosas, tipicamente, não é associado com a saúde física e mental. Por exemplo, não há evidências mostrando que a crença em Jesus versus a veneração a Alá tenha efeitos diferenciados na saúde física e mental.

            Pessoas que se definem como religiosas, e que se identificam com uma religião específica, tendem a ser menos depressivas, a terem maior autoestima, a possuírem habilidades de enfrentamento mais eficazes, maior felicidade, maior satisfação com a vida e melhoria na saúde física. Novamente, a “especificidade” da afiliação religiosa não tem muita importância, mas, sim, a “força” da mesma.

            Em resumo, centenas de estudos indicam que as pessoas que se identificam como religiosas tendem a registrar melhor saúde e felicidade, independente da afiliação religiosa e suas atividades, trabalho e família, suporte social ou nível sócio-econômico. As pessoas com crenças religiosas liberais tendem a ser mais saudáveis, mas, menos felizes do que as pessoas com crenças fundamentalistas.

            Logo, nesta Páscoa, renovar a espiritualidade é valorizar e renovar nossas crenças, haja vista seus benéficos efeitos no bem-estar e saúde física ao longo da jornada da vida.

 

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