Seu emprego é um teste de inteligência, também

Seu emprego é um teste de inteligência, também

 

            É bem conhecido que os testes de QI ajudam a predizer escores em outros testes de QI, mesmo testes que sejam bastante diferentes uns dos outros, bem como, que os testes de QI ajudam a predizer o tamanho do cérebro e alguns tipos de rapidez mental e física. Mas, como os testes de QI predizem o quão eficaz você será no trabalho? A resposta é categórica e inequívoca, baseada em décadas de pesquisa: os testes de QI fazem tão bem quanto os melhores tipos de entrevistas para emprego, tais como, entrevista estruturada, na qual o entrevistador, cuidadosamente, elabora, de antemão, as questões e as aplica para cada candidato. Tem-se, também, observado que os testes de QI são melhores que muitos dos métodos que as pessoas utilizam para escolher funcionários. Por isso, talvez, muitos manuais de administração rezam a mesma história: QI é um dos melhores preditores do desempenho no trabalho, especialmente quando a complexidade deste aumenta.

            Nenhum método de seleção de pessoal é perfeito, nem mesmo próximo da perfeição, ao selecionar trabalhadores. Por quê? Pelo fato de a relação entre os escores de QI e o desempenho do trabalhador ser de modesta a robusta. Entretanto, os testes de QI são tão bons quanto qualquer coisa que exista no mundo real. E um achado é importante: você fará melhor opinião de um trabalhador baseado em seu QI d que se baseando em uma lista das referências desse mesmo trabalhador ou (pior de tudo) do que numa análise de cartas de recomendação.

            Em adição, parece que os testes de QI são, de fato, muito melhores em predizer os resultados quando os empregos requerem altas habilidades. Aqui vai um episódio interessante: na década de 60, a Bell Telephone, empresa de telefonia norte-americana, ministrou, aos seus estagiários ingressantes, um teste de QI juntamente com outros, de personalidade, mantendo os resultados em segredo por duas décadas, mesmo para outros empregados da empresa. Após esse período, ao reanalisar tais testes para identificar os que melhor previram quais estagiários alcançaram as posições hierárquicas mais elevadas da empresa, verificou-se que o teste de QI, de longe, foi bem melhor preditor que os de personalidade. Tal padrão de resultados, e muitos outros, similares, têm sustentado categoricamente que a habilidade cognitiva geral é o preditor mais simples do desempenho executivo e profissional, tal como ele o é do desempenho no meio, ou no extremo superior, do contínuo da força de trabalho.

            Também nas Forças Armadas Americanas, que tomam com seriedade os testes de QI, inúmeras pesquisas têm revelado uma relação robusta e positiva dos escores de QI relacionados às habilidades de proficiência técnica dos soldados recém-recrutados. Também elas questionaram qual teste melhor predizia a capacidade técnica dos soldados quando comparam testes de QI com medidas de personalidade e temperamento. Os resultados foram inequívocos: testes de QI ganharam facilmente a disputa, pois sua relação com as habilidades dos soldados foi invariavelmente elevada, enquanto que testes de personalidade tiveram uma modesta correlação.

            Em geral, centenas de estudos mostram que, quanto mais objetivas forem as medidas das habilidades do trabalhador no emprego, tanto maior a correlação delas com os escores do QI. QI certamente não é tudo, mas ele também não é alguma coisa que você deve deixar apenas sobre a mesa.

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