Teoria pentagonal do talento

Teoria pentagonal do talento

           Necessitamos de um rótulo do talento? O que, de fato, significa um talentoso? Por que uma criança com pontuação no topo 1% da distribuição do QI tem maior probabilidade de ser rotulada como talentoso do que uma outra, cujos os passos, numa corrida de cem metros rasos, coloca-a no topo 1% dos seus pares? Por que um médico é considerado, por seus pares, o número 1 no país, enquanto o maior ladrão de banco, que é o número 1 da lista dos mais procurados pelo FBI, não o é? Na verdade, a identificação do talento, de forma global, deve considerar cinco critérios fundamentais.

            Primeiro, o critério da excelência: o qual afirma que o indivíduo é superior, em alguma dimensão, ou conjunto de dimensões, relativos aos pares. Para ser talentoso alguém tem que ser extremamente bom em alguma coisa, o que, na terminologia psicológica, significa ser elevado em uma ou várias dimensões julgadas. Segundo, o critério da raridade, o qual afirma que o indivíduo deve possuir um nívem elevado de um atributo que é raro em relação aos pares. O critério de raridade é necessário para suplementar o critério de excelência porque uma pessoa pode mostrar abundância de um dado atributo, mas, se uma alta avaliação daquele atributo não é julgada ser rara, a pessoa não é vista como talentosa.

            Terceiro, o critério da produtividade, o qual determina que a(s) dimensão(ões) ao longo da(s) qual(ais) o indivíduo é avaliado como superior deve conduzir à produtividade. Para ser talentoso o indivíduo deve realizar alguma coisa significativa. Quarto, o critério da demonstrabilidade, que estabelece que a superioridade do indivíduo na dimensão que determina o talento deve ser demonstrável através de um ou mais testes que sejam consideradas avaliações válidas. Em outras palavras, o indivíduo necessita ser hábil em demonstrar, de um modo ou de outro, que ele tem, realmente, as habilidades ou realizações que levam ao julgamento de talentoso. Assim, uma pessoa que pontua pobremente em todas as medidas usadas nessa avaliação, e que seja incapaz de demonstrar, categoricamente, que, o que ela faz, envolve habilidades especiais, não será considerada como talentosa.

            Por último, e não menos importante, há o critério do valor, que afirma que para ser talentoso o indivíduo deve mostrar desempenho superior em uma, ou mais, dimensões, que sejam valorizadas na sociedade. O critério de valor restringe o rótulo de talentoso para aqueles que têm atributos valorizados como relevantes para o talento.

            Assim considerando, um dos objetivos da educação dos talentosos é identificar aqueles que são mais prováveis de fazer contribuições relevantes à sociedade.

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