
A unificação pela inteligência
Postado em 17 de Abril de 2014 às 10:04 na categoria inteligência humana
O teste de inteligência foi construído por Alfred Binet em 1905 e, desde então, tem sido mostrado que inteligência, mensurada como QI, é determinante de muitos importantes fenômenos sociais, incluindo desempenho educacional, renda, status socioeconômico, crime e saúde. Importante é que o valor explanatório da inteligência, estabelecido para indivíduos, também pode ser ampliado para explicar as diferenças entre grupos encontradas em outras ciências sociais. Por tal motivo, há inúmeros estudos revelando o valor explanatório das diferenças de QI para um vasto número de fenômenos econômico-educacionais, cognitivos, político-demográficos, sociológicos, climáticos e geográficos. Em termos estatísticos, diferenças na inteligência explicam proporções substanciais da variância em grande número de fenômenos sociais entre indivíduos, bem como, nesses fenômenos entre nações.
Considerando a robustez da inteligência como fator explicativo das diferenças entre indivíduos e nações, é possivel avançar a suposição de que inteligência pode ser considerada um construto explanatório unificador para as Ciências Sociais, análogo àqueles nas Ciências Físicas, nas quais Física, Astronomia e Química são unificadas por poucos construtos teóricos comuns, tais como, massa e energia, que explicam ampla gama de fenômenos. Isto tem sido benéfico para o desenvolvimento das Ciências Físicas por permitir transferir conceitos de um domínio para outro. Física é, portanto, a mais básica das Ciências Naturais, e os fenômenos das demais podem ser explicados pelas leis da mesma, o que a leva a ser considerada a rainha das Ciências Físicas.
Guardadas as proporções, às Ciências Sociais têm faltado um construto unificador similar. Suas disciplinas, incluindo Psicologia, Economia, Sociologia, Criminologia, Antropologia, Ciência Política, Demografia e Epidemiologia são substancialmente isoladas umas das outras, cada qual com seu vocabulário e construto teórico. Psicologia pode ser considerada a mais básica das Ciências Sociais, pois ela se preocupa, principalmente, com diferenças entre indivíduos, enquanto as demais, com diferenças entre grupos, tais como, classes sócioeconômicas, populações étnico-raciais, nações e regiões dentro destas. Considerando que esses grupos são agregados de indivíduos, as leis que têm sido estabelecidas em Psicologia poderiam ser estendidas aos fenômenos de grupos estudados pelas demais Ciências Sociais. Portanto, Psicologia é potencialmente a rainha das Ciências Sociais, posição análoga à Física, mencionada acima.
Tal primazia justifica analisar com profundidade o papel da inteligência nas sociedades modernas.