Pior desastre ambiental dos últimos 30 anos

Pior desastre ambiental dos últimos 30 anos

O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde  do dia 05 de novembro.


O Grupo Independente para Análise do Impacto Ambiental (GIAIA) – Samarco/Rio Doce é uma iniciativa do biólogo Dante Pavan, especialista em répteis e anfíbios formado pelo Instituto de Biociências da USP, e está sendo coordenado pela Doutora Viviane Schuch, microbióloga e pesquisadora da Unifesp.O GIAIA agrega cientistas e profissionais das mais diversas áreas do conhecimento dispostos a analisar, de forma independente e desvinculada de entidades privadas, públicas e do terceiro setor, esse crime ambiental. O que de fato aconteceu com as barragens da Samarco? Houve negligência? Qual o impacto ambiental e a extensão do dano? Quem se responsabilizará? Existirá possibilidade da recuperação das áreas afetadas? Qual será o destino da fauna e das pessoas que dependiam do Rio Doce? Apoie essa causa na busca por respostas pelo bem da coletividade! Acesse:
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Bento Rodrigues — é um subdistrito de Camargos, esse sim, distrito de Mariana — tinha aproximadamente 600 habitantes antes da tragédia. O vilarejo nasceu no século 18, no início da exploração de ouro que tinha Ouro Preto como principal centro. Se a recomendação da Defesa Civil for seguida, a localidade morrerá com a busca pelo minério de ferro. O coordenador da Defesa Civil de Minas, coronel Helberth Figueiró de Lourdes, afirmou que - o mais importante no momento é saber como a empresa se posicionará em relação à indenização que será dada às famílias que perderam suas casas — É preciso saber se receberão dinheiro, se serão adquiridas moradias em outros locais — disse.

O secretário de Defesa Social de Mariana, Brás Azevedo, disse que a situação no local é muito grave e há riscos de mais desmoronamentos.

Rejeito (mineração)
Rejeito é o material resultante dos processos extrativos da mineração, que não é aproveitado economicamente, após passar por processo de beneficiamento.

O desastre
-62 bilhões de litros de rejeitos metálicos em direção ao litoral do ES;
-Impacto de mais de 100 anos na costa litorânea;
- Os materiais, ricos em silício e minério de ferro podem prejudicar a fauna e a flora da região por anos;
-Destruição das 5 maiores bacias hidrográficas do país (mais importante do sudeste);
-SAMARCO impedindo acesso ao local do crime;
-Laudos de 2013 apontavam irregularidades na construção e ausências de planos de contingência em caso de rupturas (o que configura crime);
-Relatos de 300 mil pessoas sem água;
-Número indeterminado de desaparecidos;
-Mídia não responsabiliza as empresas pelo ocorrido. 

O principal formador do Rio Doce é o rio Piranga, cuja nascente localiza-se na serra da Mantiqueira, no município de Ressaquinha/MG. No município de Rio Doce, ao receber as águas do rio do Carmo, o rio Piranga passa a se chamar rio Doce. Com um total de 853 km de percurso, o rio Doce tem sua foz no Oceano Atlântico na localidade da Vila de Regência, pertencente ao município de Linhares/ES. A bacia hidrográfica do rio Doce, pertencente à região hidrográfica do Atlântico Sudeste, apresenta uma significativa extensão territorial, cerca de 83.400 km², dos quais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante ao Estado do Espírito Santo. Dos 228 municípios total ou parcialmente incluídos na bacia, 26 localizam-se no Espírito Santo e 202 em Minas Gerais nas mesorregiões do Vale do Rio Doce, norte da Zona da Mata e sudeste da Metropolitana de Belo Horizonte. As principais cidades da bacia em Minas Gerais são Ipatinga e Governador Valadares e, no Espírito Santo, Colatina e Linhares. A população total residente na bacia é da ordem de 3,2 milhões de habitantes (Wikipedia).
Especialistas afirmam que os riscos não são para os seres humanos diretamente, mas para o meio ambiente, e podem se estender por anos!

O principal problema é que a agricultura pode ser afetada por estas substâncias, conforme explicou o consultor de meio ambiente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Cleuber Moraes Brito. Ele explicou ainda que a fauna, flora e rios também podem ser ‘afetados’ por estas substâncias na natureza. Segundo reportagem publicada no jornal Estado de Minas, a Barragem de Santarém, a segunda que se rompeu em Mariana, está com a Licença de Operação vencida desde maio de 2013. Na mesma situação está a mina do Germano, também rompida, que faz parte do mesmo complexo, que está com a licença vencida desde julho de 2013. A informação é da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semade) (https://www.biologiatotal.com.br/blog/lama-toxica-materiais-despejados-na-natureza-em-mariana-podem-prejudicar-ecossistema.html).
Casos semelhantes ocorreram em Algodões, Camará, Macacos e os três rompimentos de Cataguases em 2003, 2007 e 2009 respectivamente.

Uma análise laboratorial encomendada após o desastre encontrou na água do rio partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio. Segundo Luciano Magalhães, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guando, órgão responsável pela análise, “parece que jogaram a tabela periódica inteira” dentro do rio. Segundo ele, a água não tem mais utilidade nenhuma, sendo imprópria para irrigação e consumo animal e humano. Além desses metais pesados, a própria força da lama prejudicou a biodiversidade do rio para sempre – ambientalistas não descartam a possibilidade de que espécies endêmicas inteiras tenham sido soterradas pela lama. A quantidade de lama é tamanha (cerca de 20 mil piscinas olímpicas) que o rio teve o seu curso natural bloqueado, fazendo com que perdesse força e formasse lagoas que também não devem ter vida longa, já que, além dos minérios de ferro, esgoto, pesticidas e agrotóxicos também estão sendo carregados pelas águas (Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2015/11/e-oficial-o-rio-doce-esta-completamente-morto.html)



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