Semântica do comportamento

Semântica do comportamento

Em nossas vidas desde o ventre uterino somos o produto da combinação dos genes herdados (DNA) mais tudo aquilo que o ambiente nos propiciou, pelo menos são as conclusões de pesquisadores como Darwin. Com esse conceito podemos afirmar que nossos filhos serão parte de nossa cópia enviada pelos gametas, somado ao que iremos fornecer em experiências, conceitos, aprendizado, etc.

O que queremos obter como resultado em circunstâncias das quais uma criança em formação cognitiva, moral, ética é presenteada com um peniquinho em forma de um amigável sapinho verde destinado a despejar seus conteúdos sólidos e líquidos? Neste processo de formação, será que esta criança não adotará os princípios de associação, isto é, sapinho verde = lugar de fazer xixi e cocô?

Como podemos criar condições básicas de educação ambiental e valores ecológicos se desde infância o “boi da cara preta” não deixará você dormir, os corvos são associados como mau presságio, as corujas são relacionadas de mau agouro, marfins de elefantes para joias, ornamentos, chifres de rinocerontes como afrodisíacos, mãos de gorilas como cinzeiros e os exemplos só aumentam.

Como conceituar virtudes dos quais intuitivamente não adotamos? O sapinho verde, dentro de um processo ecológico é vital à manutenção de um ecossistema. Sem ele, por exemplo, haveria um desequilíbrio de insetos, pois, é fonte de alimento primário aos anuros.

Algumas belezas existem mesmo que só possamos ouvir, por exemplo, o iniciar da noite em uma floresta ou beira de algum lago, rio e um simpático sapinho seja ele verde, amarelo, vermelho, e vários deles realizando o cortejo através de suas serenatas coaxantes para o acasalamento.

Desta forma, na hipótese que tal associação pudesse ser realizada, em um curto espaço de tempo, nossas crianças agora crescidas, transmitiriam os mesmos conceitos oriundos de seus pais sem interromper o ciclo. Assim como a força de uma palavra pode derrubar conceitos, as forças de ações herdadas podem acabar com vidas.

Este texto foi escrito em parceria com o Dr. Márcio Rogério Penha, Biólogo, do Departamento de Psicobiologia da FFCLRP-USP com quem tive a honra de dividir a sala de aula nos tempos da faculdade.

 

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