A verdade custa caro

A verdade custa caro

Karla C. S. Goulart

Nayanne L. Cunha

 

A pauta atual e com mais de um ano de vida em nossa realidade, é a pandemia da Covid-19 - que tem tirado a paz, liberdade e a vida de muitas pessoas. Mas afinal, qual tratamento já poderia ter sido implantado pela sociedade médica e pelos cientistas em vistas dos estudos já publicados por diversos grupos renomados desde o início da Pandemia?

Neste primeiro artigo da série “Imunidade”, abordaremos sobre a “vitamina D”, que em sua definição científica é um hormônio da classe dos esteroides e essencialmente insubstituível como regulador do sistema imunológico. Pode-se ressaltar que o "hormônio D" participa de dezenas de funções em nosso organismo e sua deficiência é considerada por especialistas internacionais como a condição clínica mais comum encontrada na população mundial. Infelizmente, cerca de 90% da população mundial tem deficiência de “vitamina D”, configurando, assim, em uma deficiência hormonal.

O primeiro artigo a ser publicado sobre a relação de “vitamina D” e Covid-19, foi de pesquisadores da Universidade de Turim na Itália, em meados de março de 2020. Os pesquisadores observaram a associação entre níveis séricos baixos de “vitamina D” e a gravidade da Covid-19; recomendando a correção dos níveis de “vitamina D” no combate à pandemia.

Existem mais de 1.680.000 publicações científicas que podem ser acessadas através da busca no Google Acadêmico (utilizando-se as palavras-chave ‘vitamin D and  immune ’) sobre a importância desse hormônio para um funcionamento potente e regulado do sistema imune.

Utilizando-se as palavras-chave vitamin D Covid-19, desde 2020, aparecem aproximadamente um número de 18.200 publicações, dentre elas, inúmeras sobre a deficiência de “vitamina D” em relação à Covid-19 e sua mortalidade que vem sendo associada com essa deficiência. Sabe-se que a “vitamina D” pode reduzir riscos de gravidade da Covid-19, por meio de vários mecanismos, como: indução de catelicidinas e defisinas, que diminuem a taxa de replicação viral, reduzindo a concentração de citocinas pró-inflamatórias que lesam o revestimento dos pulmões, levando à pneumonia e aumento da concentração de citocinas anti-inflamatórias.

 Se houvesse uma correção nos níveis de “vitamina D” da população em nível mundial pela sociedade médica, provavelmente devido a esses mecanismos de atuação do hormônio, teríamos redução de casos graves de Covid-19, paciente assintomáticos e casos mais brandos. Porém, isso não vem ocorrendo por diversos motivos: políticos, interesses econômicos da indústria farmacêutica, falta de atualização e conhecimento médico. O que mais impactaria, sem sombra de dúvidas, é porque a “vitamina D” provocaria queda de lucros de diversos medicamentos caros que alimentam a indústria farmacêutica e seus interesses, sendo um recurso de baixo custo, apesar de fortes evidências científicas.

Vejam como uma boa e corajosa gestão pública tem enfrentado a pandemia e não aparece nas mídias: https://www.youtube.com/watch?v=5uLBWIA3w8Y&t=111s

Se a chamada “vitamina D” fosse, na prática, tratada com a importância que tem – sendo um hormônio, com mais de 80 funções descritas na literatura científica, estaríamos em uma situação bem diferente. No momento, os interesses que regem o coração do homem é poder, ganância e dinheiro – mesmo a custa de muitas vidas. Trazer a verdade é um compromisso que temos, apesar de custar caro.

 

Nayanne L. Cunha

Farmacêutica CRFSP 73485

Mestre em Ciências (ênfase em Genética do Câncer)

Doutorado em Ciências (ênfase em Mutagênese e toxicologia)

 

Karla C. S. Goulart

Bióloga

Mestre em Microbiologia Agropecuária (ênfase em RT-PCR de bactérias de solo)

Doutorado (ênfase em Metagenoma microbiano de solo agrocultivável)

Pós-doutorado (ênfase em bioprospecção de enzimas de interesse biotecnológico)

 

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