Gestar é muitas vezes estar só, mesmo estando acompanhada!

Gestar é muitas vezes estar só, mesmo estando acompanhada!

maeGravida

O mundo moderno pode ser cruel para com a mulher que gesta. Desde a pré-história até a entrada da mulher no mercado de trabalho, as mulheres possuíam um estilo de vida que permitia o compartilhamento de experiências e o apoio mútuo, especialmente na gestação.  Quando uma mulher engravidava, todo o núcleo familiar – mãe, tias, amigas – se reorganizava para apoiar a gestante, auxiliando-a nos mínimos detalhes, desde a organização do enxoval, até nos cuidados com o pequeno bebê. A experiência de gestar era vivida de modo coletivo, nos bons e maus momentos.

No último século, a realidade é outra. As mulheres estão cada vez mais ocupadas e, na grande maioria das vezes, não há a possibilidade de que a gestação seja compartilhada entre a rede familiar.  Por falta tempo ou de interesse, tias, primas, amigas e avós estão cada vez mais distantes da rotina da gestante e do bebê, tornando-se “visitas” no lugar de apoiadoras e cumplices. E a mulher se vê cada vez mais só e aflita diante do desafio nunca vivenciado: a chegada do seu bebê. 

Mudanças Necessárias

Não aceitar as mudanças naturais e necessárias da chegada de um bebê, e lutar para que a vida permaneça inalterada é desgastante e inútil.  Quanto mais cedo a gestante e seu companheiro compreenderem que as mudanças fazem parte de suas vidas a partir de agora, mais tranquila será a gestação e a vida após o parto.

São diversos os tipos de mudanças que invadem a vida de uma mulher e de sua família na chegada de um bebê. Alterações de todo o tipo: físicas, emocionais, familiares, sociais, laborais etc.

Lutar contra as mudanças provenientes da chegada da gestação e do bebê, é como tentar agarrar-se nas bordas de um rio de correnteza, por medo de ser dragada por ele. Sem perceber que se se soltasse, permitisse ser conduzida pela vida, tudo seria muito mais fácil.

Como uma nutriz me disse uma vez, a renúncia e a aceitação das mudanças de nossa vida, a cada dia, quando se tem um bebê, no útero ou nos braços, é a melhor maneira para poder vivenciar a maternidade.

Pois, ser mãe é estar em um rio de corredeira desconhecido. Pode-se prender nas bordas e ser arrastada pela correnteza, ou pode-se relaxar e desfrutar da movimentação das águas.

Buscar afeto, apoio e preparação na gestação é o melhor caminho para um pós-parto mais feliz.

Boa sorte e feliz gestação!

Dra. Lu

Compartilhar: