Afinal, chupeta faz bem ou faz mal?

Afinal, chupeta faz bem ou faz mal?

Olá, queridas leitoras!

Nesta semana, vou falar sobre um assunto que ainda gera muitas dúvidas e que considero extremamente pertinente para falar com as mamães e futuras mamães: o uso da chupeta.
Todo mundo sabe que, a maioria das mamães que oferecem chupeta aos bebês, a oferecem com a finalidade de acalmá-lo.
É como se a chupeta fosse mais um item obrigatório ao compor o enxoval do bebê antes mesmo dele nascer. Um recurso amplamente utilizado na nossa atualidade devido as facilidades e comodidades que adquirimos ao longo do tempo e que substitui a nossa responsabilidade em acalmar o bebê, não é mesmo?!
São muitos os fatores que levam a maioria a dar chupeta a seus filhos como: falta de informação, falta de tempo, a praticidade de uma solução imediata, opiniões da própria família, enfim. O fato é que as mães acabam ignorando os seus instintos naturais em identificar as demandas de seu bebê ao oferecer a chupeta. E o que acontece? O simples fato de oferecer a chupeta faz com que a necessidade básica de sucção no peito, não seja plenamente suprida, muito menos as necessidades psicoafetivas já que é um ser humano complexo em formação.
Quando oferecemos a chupeta, aquele choro que foi silenciado fica sem resposta. A inocência aparente de dar a chupeta esconde, na verdade, uma série de efeitos colaterais que se arrastam da infância até a vida adulta e que deixam sequelas que poderiam ter sido evitadas. Vou listar algumas delas que foram apontadas pela Andréia Stankiewicz, mãe de Luiza, três anos e Pedro, um ano; cirurgiã-dentista especialista em odontopediatria e ortopedia funcional dos maxilares, membro do Núcleo de Estudos em Ortopedia dos Maxilares e Respiração Bucal (NEOM-RB):
1. Interferência negativa sobre a amamentação: estudos mostram que crianças que desmamam precocemente usam chupeta com maior frequência do que aquelas que são amamentadas por um período maior.

2. A alteração do tônus muscular da musculatura bucal: a fala pode se apresentar com falhas, a mastigação, deglutição e a respiração da criança se manifestam com disfunções, o lábio superior fica encurtado, o lábio inferior fica flácido e virado para fora, ocorre a perda do selamento labial, etc.

3. Possíveis deformações esqueléticas faciais devido à inexistência de bicos comerciais que sejam comparáveis ao bico do peito: mais de 70% das crianças que possuem hábitos de sucção não-nutritiva apresentam algum tipo de maloclusão (mordidas abertas ou cruzadas).

4. A chupeta é menos prejudicial que o dedo? Ao contrário do que se costuma acreditar, os danos causados pela sucção prolongada de dedo ou de chupeta são bem semelhantes. A persistência da sucção de dedo não é frequente em crianças bem amamentadas 5,16. Mais de 80% das crianças que recebem aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida não apresentam hábitos

5. A ligação entre a chupeta e a síndrome do respirador bucal: o ar inspirado pela boca não sofre o processo de filtragem, aquecimento e umedecimento fisiológicos, deixando o sistema respiratório mais vulnerável a doenças em geral, entre outras coisas.

Outras curiosidades que envolvem a chupeta: segundo pesquisa, “várias substâncias são adicionadas ao látex com o intuito de conferir maior elasticidade ao processamento da borracha natural e a criação da sintética. Em contato com a saliva, esses produtos se evaporam, trazendo riscos à saúde”.
Com tudo isso, queridas leitoras, chegamos a conclusão de que a chupeta pode oferecer uma série de sequelas desnecessárias. Sem contar que, depois que você cria esse hábito, vai ser bem difícil removê-lo posteriormente. Inclusive, “a remoção repentina ou abrupta da chupeta pode gerar efeitos psicológicos complexos e difíceis de mensurar e pode levar à substituição por hábitos de sucção de dedo, lábio, língua, onicofagia (roer unhas) ou outros. Esses hábitos podem ser substituídos ao longo da vida por comer, fumar ou outros transtornos compulsivos, segundo a teoria psicanalítica”, de acordo com a odontopediatra.
Portanto, como defensora do aleitamento materno, todos estes dados só vêm ressaltar, mais uma vez, a importância do aleitamento materno. Nada, simplesmente, nada, substitui o ato de mamar no peito, não apenas pelo valor nutritivo, mas pelo vínculo emocional entre você e seu bebê.
A amamentação deve ser realizada de forma exclusiva até os seis meses e continuada até os dois anos de idade ou mais. O ato de oferecer chupeta é uma escolha pessoal de cada um, mas é importante saber de todas estas informações que devem ser levadas em consideração antes de tomar qualquer iniciativa. Meu intuito aqui não é condenar a decisão de ninguém e sim, esclarecer tudo o que envolve esta temática.
Espero que tenham gostado!

Com carinho,
Dra. Lu

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