Automedicação em bebês e crianças

Automedicação em bebês e crianças

Olá, queridas leitoras!

Hoje, venho falar sobre outro assunto que é extremamente importante e perigoso: a automedicação em bebês e crianças. Vocês sabiam que a automedicação corresponde a quatro em cada dez casos de intoxicações farmacológicas?

Atualmente, muitas mamães precisam deixar os filhos com cuidadores, escolas, enfim, que muitas vezes não controlam os produtos ou se confudem com o horário da ingestão de remédios, o que ocasiona uma superdosagem e pode gerar uma intoxicação.

Isso, muitas vezes se dá, devido a uma mudança na rotina das famílias. Às vezes, são administrados medicamentos para febre e cólica seja pela babá, ou pela creche, escolinha, avós, e a mãe acaba não sendo avisada por considerarem que o problema já foi resolvido. Inclusive, esses medicamentos para cólica e febre são os campeões em intoxicação farmacológica. Por que? Pelo simples fato de que a pessoa responsável pela criança naquele momento, medica o bebê ou criança com uma determinada dose do medicamento e, depois, a mãe, sem saber do ocorrido, oferece uma nova dose, antes de ter passado o tempo exigido pelo produto. Aí, querida leitora, os pais descobrem que deram a substância acima da quantidade prescrita, quando começam os primeiros sintomas como vermelhidão na pele e taquicardia.

Eu não me canso de dizer: o uso de medicamentos em crianças sem indicação clínica pode levar à intoxicação e pode até ser fatal! Apesar disso, muitos pais insistem nessa prática irresponsável.

Outro problema que vou citar: remédios não podem, de forma alguma, estar ao alcance de seus filhos! Por que? Porque comprimidos coloridos podem facilmente ser confundidos com balas pelas crianças e líquidos atraentes chamam a atenção. Toda criança é curiosa! E qual a forma daquela criança saber se aquilo é bom ou não? Levando para a boca!

Segundo o último levantamento do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), em 2008 foram intoxicadas pelo uso incorreto de medicamentos 9.956 crianças de 0 a 9 anos - o que representa aproximadamente 38% dos casos de intoxicações farmacológicas.

Nos casos de administração incorreta ou acidentes deve-se correr para o hospital mais próximo e informar o que foi ministrado à criança ou que ela colocou na boca por acidente com a máxima urgência.

Aí vocês devem estar se perguntando: doutora, mas eu sou a favor apenas de remédios homeopáticos porque eles não são agressivos e não possuem contraindicações para crianças, então não há problema em oferecê-los por conta própria, certo? Errado!

Não importa se são homeopáticos, você pode sim oferece-los desde que sejam recomendados por um médico, seja ele homeopata ou alopata, pois todos os profissionais de medicina estão aptos a indicar medicamentos, por isso devem ser consultados em casos de necessidade.

Há ainda uma outra questão que envolve este assunto: o uso de antibiótico inadequado! Muitos usam o resto do tratamento do irmão sem saber se era devido o uso, interrompem o tratamento no meio e tudo por conta própria. Resultado? A criança pode piorar muito já que as bactérias ficam cada vez mais fortes e resistentes. Os antibióticos vão perdendo pouco a pouco sua utilidade e vão surgindo bactérias mega resistentes!

Nada de dar antibiótico sem a orientação do médico! E sempre faça o tratamento até o fim mesmo que a criança melhore no meio do caminho.

Na hora de ministrar remédios eu costumo seguir algumas regrinhas:

- Primeiro: converse, explique que o remédio serve para que ela sare e melhore logo.

- Segundo: nunca, de forma alguma, associe o medicamento a balas ou doces, pois ela irá fazer uso do remédio indevidamente.

Bom, espero que tenham gostado. Semana que vêm volto com mais dicas e novidades!

 

Com carinho,

Dra. Lu

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