Enquanto a cegonha não vem...

Enquanto a cegonha não vem...

Nada é fácil para quem aguarda a chegada da cegonha. Às vezes a espera parece uma eternidade... Para auxiliar as futuras mamães, respondemos algumas perguntas de uma jornalista. Espero que seja útil a você também!
Com carinho, Dra. Lu.



Quais costumam ser as principais preocupações de um casal que planeja engravidar do primeiro filho?

As preocupações nesta fase são sobre como promover a saúde do bebê que esta por vir, e como lidar com os custos envolvidos que necessariamente a chegada de um bebê traz. Além destas, diversas angústias invadem o casal nesta fase de pré-gestação, como por exemplo: será mesmo este o momento adequado?  Seremos realmente capazes de conciliar a vida profissional e familiar? Estaremos, enquanto casal, em um momento de harmonia suficiente para enfrentarmos juntos o lindo, mas desafiante, caminho de criar um filho? Analisar todos estes aspectos é sim fundamental, pois se a saúde materna não estiver boa, uma gestação poderá piorar um problema de saúde pré-existente. E se a relação estiver em um momento de atribulações, é melhor repensar a gravidez, pois está mais que comprovado que um filho não salva casamento nenhum, podendo levar a um maremoto ainda maior na relação a dois. Preparar-se para engravidar é uma dádiva que muito poucos casais têm, pois mesmo nas gestações ditas planejadas, muitas vezes nenhuma preparação foi realmente realizada.

Quais são as primeiras providências a serem tomadas antes da chegada do bebê?

Quando um casal decide que sim, é hora de ter um filho, vários cuidados devem ser tomados, como os passos abaixo:

1- Conhecer mais sobre gerar um bebê. Saber um pouco mais sobre o corpo masculino e feminino, muito além das aulas de biologia do primário, desvendando os fatores que interferem na fertilidade feminina e masculina.

2- Realizar avaliações médicas: Visitar um ginecologista (futura mamãe) e  clínico geral (futuro papai) para  uma avaliação física geral,  realização de check-up e solicitação de exames de sorologias, para detectar possíveis doenças transmissíveis ao bebê é fundamental. Uma verdadeira prova de amor ao bebê que esta por vir!

3- Fortalecer a relação a dois: Procurar conversar mais profundamente sobre a decisão, trabalhar possíveis dificuldades de comunicação, e se necessário buscar ajuda profissional a fim de estarem bastante bem resolvidos em seus problemas a dois, antes de embarcar para mais um desafio!

4- Controlar o estilo de vida: Buscar adquirir hábitos saudáveis e eliminar vícios são fatores essenciais para quem deseja engravidar.  Não apenas nas futuras mamães, mas nos papais também. O consumo excessivo de álcool reduz a fertilidade tanto em mulheres, como nos homens, pois fazem que os radicais livres invadam o organismo alterando o funcionamento e prejudicando a produção de óvulos e espermatozoides.

5- Alimentar-se de forma apropriada para conceber: A alimentação influi bastante na concepção. Uma dieta saudável, que inclua todos os grupos alimentares na medida certa, evitando alimentos com alto índice glicêmico, ou seja, aqueles que liberam muito açúcar na corrente sanguínea, é importante, pois há pesquisas que comprovam uma relação intima alimentação inadequada e infertilidade.

6- Buscar uma harmonia Corpo-Mente: A mente, as emoções e a alma de uma pessoa, esta em plena relação com seu corpo. Não há divisão real. Somos e agimos, segundo o que sentimos e pensamos. A busca de uma maior auto-harmonização é essencial nesta etapa de vida, tão angustiante, como a da espera da gestação. As pesquisas comprovam cada vez mais a relação entre fertilidade e a capacidade de lidar com o estresse. A participação em grupos de apoio para futuros papais, como a realização de atividades que produzam relaxamento e prazer podem ajudar, e muito, no aumento da fertilidade.

Quais costumam ser os principais erros de planejamento dos casais?

O principal erro dos casais é acreditar que por marcarem uma data aproximada para a chegada da gestação estão realizando um planejamento adequado, esquecendo de levar em conta todas as ações que devem ser realizadas para que a gestação chegue com saúde e paz. Outro erro bastante comum é acreditar que poderão efetivamente controlar a data da chegada da gestação, esquecendo-se que a gravidez não é algo que temos pleno controle. Pode-se favorecer a concepção, mas não há como garantir que esta irá correr quando desejamos. A Maternidade chegará, de um jeito, ou de outro, mas a seu tempo, e não no nosso.


Como lidar com expectativa e não deixá-la interferir nas decisões práticas?

A expectativa sempre estará ali, como um fantasma a espreita, não há como negá-la. Contudo, podemos fazer com que este momento seja mais ou menos pesado dependendo da nossa relação com as emoções que nos invadem. Negar o que sentimos, escondendo de nós mesmos, é o pior caminho para a espera de uma gestação. Dar nome aos sentimentos que nos invadem, sem culpa ou autopiedade, é o início de uma boa relação com a angustiante espera. Mas, ter autorespeito é fundamental. Se você não estiver a fim de ir a uma festinha infantil neste momento, não vá, pegue um cinema!

Quando é a hora de decidir se a criança irá ou não para creches ou berçários, se farão ou não poupanças ou seguro?

A melhor hora para decidir sobre o futuro da criança, é quando este futuro se tornar uma realidade concreta. Sofrer por antecipação não leva a nada, e causa apenas maiores desgastes na futura mamãe ou no casal.  Estarmos abertos à mudança na vida, à mudança de hábitos e até de ideais são fatores fundamentais que os futuros papais devem ter, pois com a chegada de um bebê, só podemos garantir uma coisa, muitas coisas vão mudar. Quanto mais abertos vocês estiverem, mas fácil será a adaptação para a nova vida, de mãe e pai. Nada de  ideias pré-concebidas!

Qual é a importância de o casal tomar estas decisões juntos?

É fundamental que o casal decida junto o futuro, pois apenas desta forma este casal será uma família, com ou sem filhos, e não um aglomerado de pessoas vivendo sob o mesmo teto. Compartilhar medos, alegrias, sonhos e projetos é que faz de um casal, uma nova família.

Como e quando adaptar a casa para receber o primogênito?

Com certeza, a casa deverá ser adaptada para a segurança do bebê que estar por vir.  O momento de realizar estas adaptações dependerá do que necessita ser realizado, e de quanto se dispõe financeiramente para efetuar estas modificações. Mudanças estruturais, como ampliação e reformas devem se pensadas e executadas a seu devido tempo, preferencialmente antes da gestação, para que não exista motivos extras para agitação emocional da gestante. Já mudanças simples, como adaptações de tomada, portões de escada e decoração do quarto devem ser realizados tranquilamente a partir da 12° semana de gestação. Recomendamos evitar mudanças abruptas de ultima hora, pois a gravidez por si só já é um momento de grande adaptação pessoal e familiar, e por isto, não deve ser momento de mais transtornos. Quanto mais feliz e tranquila a gravidez, mais saudável o bebê. O que podemos desejar aos futuros papais é muito sucesso na busca de seu sonho: o Bebê.

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