O Choro

Luciana Herrero

15 Mar 2013 06:17

Nenhum ser humano, adulto ou criança, escuta o choro de um bebê sem se incomodar!

De fato, aquele som agudo que ecoa da laringe dos recém-nascidos é uma arma poderosa, que mobiliza não só os cuidadores, mas todos que estão ao redor. Esta arma, a principal do bebê não sinaliza apenas suas necessidades, mas também o que o incomoda.

O choro está desacreditado e subjulgado nos dias atuais.

Atualmente vemos o  ato de chorar como algo ruim e prejudicial ao bebê, como se fosse sinônimo de sofrimento, e não seu veículo de comunicação. Na verdade o choro para os bebês de zero a seis meses é o ultimo recurso para declarar publicamente que precisa de ajuda, pois algo o incomoda e deve ser modificado. Antes deste recurso, várias dicas já passaram despercebidas pelos cuidadores.

O que devemos saber é que não existe um bebê pequeno (com menos de seis meses) mimado, ou malcriado. Não há capacidade cerebral suficiente para manipulação  dos adultos nste início de vida! Todo choro tem um motivo: desconforto ou necessidade. Podemos não entender ou identificar qual é, mas existe uma razão.

Mas quais são as causas mais comuns do choro?

• Hiperestimulação: o excesso de colo, carinho, interação com outras pessoas;
• Estranhamento do ambiente: passeio por um novo ambiente, ida a uma festa, etc.;
• Calor e frio: excesso ou falta de roupas;
• Barulho: trânsito, som alto, latida dos cachorros, som do móbile, etc.;
• Luz: dos brinquedos eletrônicos, móbiles, faróis dos carros, da festa na casa da avó, etc.;
• Cheiro: perfume forte, produtos de limpeza, etc.;
• Desconforto: fralda suja, corpo dolorido por viagem longa, permanecer na mesma posição muito tempo, etc.;
• Dor: sensações de fome, liberação dos gases, golfar, esforço para evacuar, etc.;
• Dor por lesões: fratura de ombro pelo parto, problemas no trato gastro-intestinal, etc. (bebês de exceção!);
• Necessidades emocionais: solidão, stress, etc;
• Por último, mas não menos importante: a fome.

Devemos olhar de maneira diferenciada o choro dos nossos pequenos e procurar, como detetives, descobrir o que os incomoda, ainda antes disso provocar o choro.

Com carinho,

Dra. Lu

Referência bibliográfica:

UC REGENTS DAVIS CAMPUS. Human Lactation Center. Disponível em: <https://lactation.ucdavis.edu/>. Acesso em 14 mar. 2013.