Pela redução das cesarianas

Pela redução das cesarianas

Queridas leitoras, olhem que notícia boa!

O Ministério da Saúde em conjunto com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciaram no dia 6, uma série de medidas para tentar diminuir esta epidemia de cesarianas que vivemos no Brasil. Só para ter uma idéia , a cada 10 mulheres, oito são induzidas a terem seus bebês pelos seus planos de saúde. É por isso, que a taxa de cesarianas é muito maior na rede privada do que na pública.

Hoje temos um total de 23,7 milhões de mulheres beneficiárias de planos de saúde com atendimento obstétrico. Na rede privada, o índice de partos cirúrgicos chega a 84,6% contra 40% do Sistema Único de Saúde (SUS). Se fizermos o cálculo para saber a média de cesarianas comparando rede privada com SUS, o índice é de 55,6%. Segundo o Ministério da Saúde, o ideal é que esse percentual fosse de 15% ou, no máximo, 25%.

A boa notícia é que isso vai mudar, finalmente! A partir de agora, os médicos serão obrigados a preencher um partograma. O que é isso? Partograma é uma espécie de registro gráfico de tudo o que ocorreu durante o parto. Este documento servirá como um instrumento de fiscalização para que a operadora do plano de saúde autorize ou não o pagamento dos procedimentos realizados. Assim, tanto a ANS quanto os planos de saúde poderão saber se houve cesáreas indicadas sem necessidade. O controle disso ficará a cargo das operadoras, que poderão deixar de pagar os médicos pelas cesáreas realizadas em casos em que o parto normal seja o mais recomendado. Caso a gestante entre em trabalho de parto, mas haja indicação de cesariana, a intervenção cirúrgica continuará sendo recomendada.

Outra notícia genial é que as cesarianas não mais poderão ser agendadas, pois seriam consideradas desnecessárias, já que o partograma só poderá ser preenchido a partir do momento em que a gestante entra em trabalho de parto.

Segundo o presidente da ANS, André Longo, a operadora deve cobrar o valor da cesariana do prestador (médico) caso ele opte por uma cesariana desnecessária. Ela não precisará pagar o procedimento. “Obviamente o prestador quer receber. Então ele vai fazer o procedimento de forma adequada para poder ter seu pagamento”, afirma.

Vocês, futuras mamães, ainda poderão solicitar ao seu plano de saúde os percentuais de cesárias dos hospitais e dos médicos credenciados. Eles terão o prazo máximo de 15 dias para enviar as informações ou terão que se sujeito a pagar multa de R$25 mil.

Ah, e tem mais uma conquista, as gestantes passarão a ter o cartão da gestante oferecido pelos planos de saúde, onde constará o registro de todo o pré-natal.

Todas estas normas passam a fazer parte de uma resolução publicada hoje pelo Diário Oficial da União e, a partir desta data, as operadoras terão 180 dias para se adaptarem.

Meninas, como defensora do parto normal, estas notícias não poderiam ter chegado em melhor hora.

Mas, as novidades não param por aí. O Ministério da Saúde também anunciou ontem a criação de um grupo de trabalho para auxiliar as gestantes em trabalho de parto. Outra meta é criar o “Hospital amigo da Criança e da Mulher” para tentar amenizar e aliviar a dor durante o parto além de que os pais tenham acesso a 24h ao bebê enquanto estiverem no hospital.

Semana que vem volto com mais dicas e novidades!
 
Até lá!
Dra. Lu

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