Não se fazem mais vadias como antigamente
Sábado dia 26 de maio de 2012 aconteceu a “Marcha das Vadias”, que desde 2011 acontece no Brasil. Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto. Daí então o policial Michael Sanguinetti fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestirem como vadias (sluts, no inglês), para não serem vítimas". O primeiro protesto levou 3000 pessoas às ruas de Toronto. E então no Brasil as mulheres com pouca roupa e placas e corpos rabiscados com dizeres “danço funk sem calcinha e a buceta continua sendo minha” e outras saem às ruas em protesto.
Por mais machista, ignorante e etc. etc. que pareça, vejo certa verdade no que Sanguinetti aponta. Ele diz que “se as mulheres evitassem se vestirem como vadias, não seriam estupradas”. Isso é um princípio bastante claro na natureza: quer chamar atenção, dê pistas. A rosa produz cores e perfumes, fêmeas no cio liberam feromônios e por aí vai, mas na espécie humana parece a coisa não é bem assim - ou desejamos que não seja assim.
As vadias de antigamente você identificava pelas vestimentas, mas hoje a “estética vadia” não diz mais se uma mulher ou homem é de fato vadio ou vadia. Porque a vadiagem, em termos estéticos, ganhou a mídia e o gosto de desde a mais pálida dona de casa que quer arrasar no almoço de domingo na sogra com seu decote cavado, até da sua filha ou neta de 6 anos de idade. Ficou comum.
As vezes vejo garotas de programa nas ruas e isso não me surpreende, tamanha a semelhança das vestimentas, porte físico “popozuda” e corpo sarado que muitas, muitas “mulheres comuns” (não vadias) buscam desesperadamente conseguir em alguma das milhares de academias espalhada pelo Brasil. A vadiagem reina.
O que elas dizem é o seguinte: “Pareço vadia mas não sou”. Como se uma rosa dissesse à abelha machista que só está se vestindo de rosa, mas que na verdade as intenções são outras. Obviamente desejo que cada ser humano se vista como quiser ou puder e que ser vadia no sentido de ser prostituta é uma questão de gosto, estilo e competência, mas não é essa a questão. A questão, meu caro ou minha cara, é que somos e sempre seremos responsáveis por nossos atos e - dependendo se você encontra ou não um psicopata pela rua - eles trazem consequências. Coitado do policial canadense, ele apenas estava apontando essa relação: entre a vestimenta, desejo sexual pervertido de um psicopata e o ato de estupro. E você, minha amiga, me diz: - “Mas as mulheres são livres para se vestirem como quiser!” Concordo, mas isso não impede de existirem psicopatas e tarados. O policial pensa assim porque ele deseja reduzir riscos.
Toda mulher, absolutamente toda mulher, sabe que se deseja chamar atenção dos homens necessita se vestir de tal e tal maneira (salto alto, maquiagem, mostrar partes sensuais do corpo, etc.) e que essa artimanha traz a feliz consequência de que os bobos dos homens realmente olham, babam, desejam, têm ereções. Creio que toda mulher minimamente consciente saiba disso - essa fatal relação entre o que você veste e o que você deseja ser, mostrar ou de fato é. O que fazer: Instituir a burca? Proibir a mini saia? Obviamente não.
É bom dizer que desejo muito boa sorte às mulheres que se envolveram nesta causa, muito válida em termos sociais e culturais, mas vejo certa ingenuidade e prepotência nessa marcha. Como se as mulheres fossem muito superiores às vadias, muito superiores ao sexo sujo na mente do pedreiro da esquina, muito superiores enfim, à própria pulsão sexual sádica e destrutiva que de maneira tortuosa une o masculino e o feminino. No final das contas, as mulheres lá pelos 30, 40 anos vão reclamar que os homens não tem mais aquela “pegada”, e que não se fazem mais homens como antigamente. Na verdade, não se fazem mais vadias como antigamente.