21 de Junho, dia do aniversário de Machado de Assis
MACHADO ENORME
Em 21 de junho de 1839, nasce no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, o gênio Joaquim Maria Machado de Assis. Filho de um pintor de paredes e uma lavadeira.
Negro, gago, epilético, casado com uma mulher branca (Carolina), sem ter a devida "instrução", pois gente da sua "laia" não frequentava escolas, tinha tudo para dar errado neste país, cujo "preconceito é velado", afinal somos "racistas", mas "cordiais", e não deu, ao contrário, elevou a literatura a patamares jamais imaginados. Deu ao português do Brasil status de língua culta.
Foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras é o melhor e maior escritor de seu tempo (daqui e de além mar) e um dos maiores da literatura universal.
A bela Capitu, com seus olhos de cigana dissimulada e olhos de ressaca, dá vida a uma das obras mais importantes e instigantes da literatura: Dom Casmurro.
É o autor da sutilidade, das frases de duplo sentido, das personagens ambíguas, da ironia, do sarcasmo. Induzia o leitor a seguir os passos do narrador através das interlocuções e digressões, ou seja, brincava de jogar o leitor numa montanha russa, em que dissecava cada um dos seus valores.
Foi acusado de não ter defendido a Abolição da Escravatura e nem discutido o que era relevante para colocar a sociedade de joelhos frente às questões que envolviam o preconceito contra os negros. Será? O escritor tem a obrigação de defender causas sociais nas suas obras ou buscar a se imiscuir na alma dos personagens e consequentemente de suas atitudes? Tomemos o depoimento do negro Prudêncio, em Memórias Póstumas de Brás Cubas e veremos que a coisa não é bem assim.
Uma professora, na faculdade, me obrigou a obra desse autor para fazer um trabalho de conclusão de curso. Morreu sem saber o bem que me fez. Evoé, Machado.