O ENEM FOI PROATIVO EM 2015

O ENEM FOI PROATIVO EM 2015

O tema do ENEM 2015 (A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL) ainda provoca debates irados nas redes sociais, jornais, revistas e programas de TV.

Discursos desconcertantes de “parlamentares”, que parecem viver em outro planeta e outra época, foram publicados assim que o MEC divulgou o tema da prova.

Os jornais trouxeram rapidamente as declarações dos setores mais conservadores do Congresso mais conservador e lamentável da História recente deste Brasil varonil, eleito por gente que portava bandeiras pedindo mudanças, há bem pouco tempo.

A “cegueira” ou “má intenção” desses setores conservadores transmutou-se em acusação: “OENEM virou petista” ou “O ENEM é uma tentativa marxista de aliciar os jovens”.

Esses senhores estavam incomodados com uma questão da área de humanas, em cujo enunciado havia uma frase de Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Um fator positivo: descobriram que existiu Simone de Beauvoir e suas ideias perduram tanto quanto as agressões físicas, psicológicas, morais... contra as mulheres.

Fizeram questão absoluta de não mencionarem os dados estarrecedores sobre os resultados da “aplicação” (ou falta dela) da Lei Maria da Penha.

Falo de “dados estarrecedores”, porque é impossível ignorar as estatísticas, portanto fatos concretos presentes no segundo texto motivador: entre 1980 e 2010, 92 mil mulheres foram assassinadas no país, 43,7 somente na última década.

No texto número quatro, os dados são ainda mais absurdos. Com base na lei, 330 mil processos foram instaurados em 52 varas especializadas em direitos da mulher. Pena: as punições são ridículas, quando as há.

Isso não é “petismo”, nem “marxismo”, é a mais pura realidade.

Querem fazer passeatas? Poderíamos fazer passeatas para destituir parlamentares que criam leis para outro país ou desconhecem as criadas por gente inteligente sintonizada o lugar em que vivem.

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