A CRÔNICA DO DESASTRE ANUNCIADO

A CRÔNICA DO DESASTRE ANUNCIADO

O Boca do Inferno direto do INEPTO

PRIMEIRA AULA DO PROFESSOR LUIZ CLÁUDIO: Não peçam para que eu adivinhe se haverá aumento ou queda das notas de corte, não tenho bola de cristal. Minha opinião induziria o aluno à ansiedade ou à depressão o que fatalmente afetará o desempenho na próxima prova ou quais serão os temas das provas de cada vestibular. Não estudei quiromancia. “De uma única coisa tenho certeza, o ENEM vai dar errado”. Por quê? Porque todos os anos há senões. Há sempre um “senão” em relação a tal prova.

2020: tem início a crônica da tragédia anunciada. Por quê? Porque há uma pandemia em curso? Não porque ela está instalada e uma prova nacional da magnitude do ENEM não deveria ser aplicada, principalmente porque as instruções das autoridades sanitárias é “evitar aglomerações”. Pior foi a nomeação de um sinistro pastor para o MEC, que, provavelmente, precisou de um GPS para chegar ao MINISTÉRIO. Não entende nada sobre o funcionamento da pasta. Segundo a imprensa que cobre os movimentos políticos de “Braz ilha” não se interessou em aprender, preferiu acompanhar sua senhoria (não é minha), o presidente, em seu périplo pelos quartéis do Brasil.

O problema maior não é o acontecimento desastroso, o maior problema é deixarem que aconteça. Quando afirmo, “deixarem”, afirmo que talvez o coronavírus vitime as pessoas como a “cegueira branca” de o Ensaio sobre a cegueira de José Saramago. Houve aglomerações nas portas, nos corredores, nas salas de aulas dos locais de prova, que eram poucos, para tanta gente. Creio que o único lugar seguro, livre de aglomerações, durante o Exame Nacional, era o INEPTO. O governo pendurou tantos penduricalhos nessa prova, que ela tinha, porque tinha que ser aplicada, senão como ficarão o FIES, o PROUNI e outros mais?

Tentando evitar um desastre maior, o inepto pediu aos treineiros para não comparecerem. O desastre teria proporções mais alarmantes. Houve estudantes chorando, porque não queriam entrar para fazer as provas naquelas condições, alunos chorando, porque não conseguiram fazer as provas, gente chorando para ser solidária com gente chorando.

Aplicado o ENEM DIGITAL a tragédia se estendeu. Houve vários lugares em que os computadores não funcionaram ou o aplicativo não funcionou. Houve lugares onde tudo funcionou corretamente? Claro. Mas, esse não é o problema é que terá que ser remarcado. Mais uma prova de proporções nacionais remarcada. Em quais datas? Não é fácil montar a prova e a logística para aplicá-la, além do problema com as datas disponíveis, porque não podem e não devem coincidir com as universidades estaduais.

Haverá uma enxurrada de processos contra o MEC, para que a prova seja aplicada para os que não puderam ou não quiseram fazê-la. Vai dar errado de novo. Por quê? Porque estamos a caminho de um avanço substancial de propagação do vírus (com suas mutações), no período pós-carnaval. Dá para piorar? Dá. Alguém sairá prejudicado, duas provas nunca têm o mesmo grau de dificuldade, o próprio ENEM já provou isso em anos anteriores.

Para colocar a pá de cal, testes tiveram gabaritos alterados devido a inconsistências sobre questões raciais. Depois de reclamações de movimentos sociais, o INEP cedeu, no entanto não basta mudar gabaritos, é necessário anular os testes. O despreparo da equipe para formular as provas é evidente, até mesmo porque o examinador deixe transparecer o que realmente pensa.

 

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