Eu

Eu

(O Boca do Inferno)

Se vejo uma página, vejo um monte de letras soltas, umas torcidas, outras distorcidas, outras pomposas, outras coxas. Palavras não trazem medidas. Muitas estão no centro do trapézio, outras vivem do maniqueísmo.
Meu desafio é torná-las palavras: a mão tem o impulso, o resto de mim só a acompanha. 
Se uma pisa no meu pé, outra pisa no meu ego; se uma escapa da boca, outra escapa da emoção; se uma decola do cérebro, outra decola da pança.
Eu sou assim: sou palavras.

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