MEDO DE VIRAR BOLSA DE COURO DE JACARÉ

MEDO DE VIRAR BOLSA DE COURO DE JACARÉ

(O BOCA DO INFERNO DIRETO DO BUCHO DO BICHO)

Um certo pândego de uma republiqueta< à beira do precipício, expeliu, tal qual o Etna, lavas de perdigotos, ao gargalhar diante de uma plateia ensandecida, algo deveras inusitado: se o homem ou a mulher tomarem vacina antiviral, sem histórico de atletas, poderão se transformar em jacarés. Ufa!!! Quem pega metrô e busão neste país tem histórico de atleta. Os cientistas caíram dos cérebros. Desde a descoberta do fogo e Einstein formular a teoria da relatividade, esse foi o maior achado científico da história da desumanidade.

De tanto gargalhar, por se achar engraçado, quase comeu o microfone, uma espécie de símbolo fálico, segurado como um sabuco de milho. Faria coro com as fantasias verdes, que tanto sonhou portar. A risada de bruxa de histórias da carochinha me meteu um medo insano: lembrou o velho atrás da porta, aquele com o qual nossas mães nos ameaçavam, quando crianças. E havia velhas crianças ali, portando bandeiras a favor da ditadura dos deuses. Não têm medo de ver Zeus aboletado no trono do Monte Olimpo. O centrão do monte não perdoa; se suas exigências não forem satisfeitas, o tombo é grande. O DEM (abreviatura de demônio) sente, de longe, o cheiro de carniça. Tem um DNA propenso à traição, como o de Locke, irmão tresloucado de Thor. Marcou? Dançou.

Estava pronto para a agulhada. Ferrei-me. Nunca pensei que poderia virar um jacaré enjaulado, envernizado, manuseado, processado, para virar bolsa de couro. Pensei. Algo pior pode acontecer, ir parar numa churrascaria, ser degustado com pimenta malagueta e pinga pela galera da milícia.

Da maneira como o nosso ministro do meio ambiente cuida dos nossos biomas e nossa ministra da agricultura tem um tesão, como se fosse maquiagem por veneno, enlouqueci: ou morreria envenenado, ou espetado ou esturricado. Rima pobre: Pantanal virou sinônimo de areal; areal, sinônimo de real; real, de agrotóxico; agrotóxico, de negócio.

E, se ao invés de entrar no espeto, eu virar uma bolsa Louis Vuitton? Vai que uma tresloucada ecologista do PETA resolve me rasgar na frente dessa imprensa escandalosa, comprada, criadora das fake News, do gabinete do ódio, que defenestrou o renegado Trump, depois de tirá-lo do ar, em cadeia nacional, (Congresso? Palavra proibida), enquanto ele mentia (Mentir? palavra proibida). Coitado! Mentia para ficar em casa. (Que lindo!!!). Imprensa vermelha que o defenestrou. Ao meio dia, a abóbora virou vítima de si mesma. Descobridor que boa parte das modelos compra na 25 de março, virar bolsa “falsiê” é demais até para mim.

Para não virar uma fake bolsa, aderi ao movimento antivacinação. Meu ídolo era o médico 171 Andrew Wakefield, que publicou seu “estudo” na revista Lancet, relacionando a vacina tríplice viral ao autismo. Um grupo de advogados mancomunados com ele ganhou uma grana preta, pois o tal estudo não passava de uma falcatrua para arrancar grana do estado. Sofri.

O desespero para não virar fake bolsa levou-me a me jogar nos braços da musa antivacina Bre Payton. Bre, radical de direita, aos 26 anos, “coitadinha”, morreu vítima de H1N1. Não se vacinou. Coisa dessa esquerda. Deu a vida para assegurar a luta contra a Venezuela.

O medo de virar um réptil (palavra usada para definir maus políicos) me levou ao radical comandante de uma espécie de exército Brancaleone, Massimiliano Fedriga (eleito presidente da Friuli Venezia Giulia, não confundir com Venecuela.), auto aclamado herói na luta contra a agulha monstruosa. Coitado, pegou catapora e acabou internado com febre. Delirando, tomou vítima de um golpe – dizem, vacinou-se e aos filhos para que não passassem perrengue.

Virar uma Louis Vuitton nos EUA ou na Itália não é de todo ruim. Posso chegar ao antebraço de uma Gisele Bündchen e virar estrela. Não há glamour Brasil: acabar em um espeto de churrascaria ou na 25 de março? Ou no antebraço de alguma vendedora de chocolates?

 

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