MEU DEUS! LÁ VEM O ENEM DE NOVO

MEU DEUS! LÁ VEM O ENEM DE NOVO

(DE QUEIXO CAÍDO DE NOVO)

Senhores e senhores, VIVENTES e CRENTES nesse Brasil varonil, prometi que jamais escreveria o meu artigo de número 100 sobre o ENEM. Não houve jeito, aí vai o artigo 1001 sobre o "monstrengo". Não dá para não falar, o MEC não deixa.

A taxa do ENEM, que em 2014, era de 35 reais, deu um salto, com vara (desculpem a piada infame), para 63 reais, em 2015. O governo deu um tiro no pé. Criou um monstrengo, que lhe custa muito dinheiro, muitos problemas, muitas críticas contundentes, muita visibilidade nas campanhas políticas, muitos votos, mas dá um prejuízo danado. Queria dar um jeito de tirar "bufunfa" dos ricos, contudo criou mais um problema, tirou também dos pobres. Tudo isso para economizar 1/3 do que gasta com o tal do exame. Governo Hobin Hood às avessas.
Estudantes do ensino médio, que estudaram a vida inteira em escolas públicas (muito bem cuidadas e aparelhadas pelas autoridades, por sinal), estarão isentos de pagar a taxa de inscrição, tanto quanto os que provarem não ter condições de "pagar". O duro será provar que não têm como pagar. Aí está outro probleminha: para tudo, no Brasil, quando se fala de "grana", se o sujeito for rico, dá-se um "jeitinho". Para não pagar, faz-se qualquer negócio. Prejuízo para o erário na certa. O meu, o seu, o nosso, pagam a conta. O DELES, NEM PENSAR. Você já viu greve de deputados e senadores por causa de salários atrasados?
Meus caros alunos, em algum momento, alguma coisa vai dar errado no ENEM 2015. Desde 98, não há um ano em que o Exame Nacional do Ensino Médio não provoque um escândalo. Neste ano, o MEC criou uma fórmula mágica para evitá-lo. O candidato ficará 30 minutos sentado, esperando a prova. Talvez seja o tempo necessário para torturar os fiscais ou fazer uma varredura em todas as instituições ou fazer com que a polícia confisque todos os celulares ou chamar o Mickey para divertir os candidatos, sei lá.
O ENEM virou um "monstrengo", porque não cumpre o que prometeu: os abastados entopem as universidades públicas e expulsam os carentes para as particulares. Mas, os pobres não devem ficar tristes, o governo criou o FIES (Programa de financiamento dos estudantes nas universidades privadas). Salve! Salvem-se. A bomba explodiu. Explodiria, com ou sem crise.
Mais um problema, o governo corta descaradamente o FIES, assim que precisa "economizar", para aumentar o fundo partidário. Isso é crucial, senão, o claudicante governo Dilma perde o voto do que lhe restou da BASE GOVERNISTA. O FIES provoca um rombo nas contas públicas, mesmo assim. Confira: como o país não cresce, o jovem EX-UNIVERSIOTÁRIO não consegue trabalho. Como não consegue trabalho, não ganha dinheiro. Como não ganha dinheiro, não tem como pagar as prestações do financiamento. Rombo nas contas públicas de novo. E grande. A PETROBRÁS DO ENSINO. O BNDES DO ENSINO.
A genialidade do MEC vai mais longe. Em 2016, se o teste, em 2015, der certo, haverá o ENEM digital. O governo economizará 1/3 do que gasta com as provas impressas. Se sou um hacker, vou até o MEC, ajoelho-me e beijo os pés do ministro. Vai ser bonzinho assim lá em Brasília. Só falta, agora, hackers fazerem greve por melhores salários. Seguro desemprego, "jamais". Está aí mais uma fórmula mágica de criar empregos, já que o "maior problema" é esse.

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