O mundo ficou muito chato e o futebol também

O mundo ficou muito chato e o futebol também

(O Boca do Inferno - direto do lugar onde a coruja dorme)

Em tempos de Muricy Ramalho (que cunhou a maldita frase: "Quem quiser ver espetáculo, que vá ao teatro"), Mano Menezes, Felipão, Fábio Carille e congêneres, que preferem jogar "por uma bola", manterem seus empregos, a jogarem "bonito", seguem caninamente Muricy. Agora, vem o Thiago Neves, atacando o comentarista Mauro César, repetir o mantra: "Galera, o que esse mongol quer é atenção, Ibope! Tem que avisar a ele uma coisa: se ele quer espetáculo, que vá no circo ou sei lá para onde".
Pergunta que não quer calar: O torcedor paga uma "baba" para não ver espetáculo? Uma pergunta, agora ao Thiago Neves, por que ele toma uma sonora vaia, quando não joga nada? O torcedor para ver espetáculo. "Pobre contorcedor".
Thiago Neves sempre foi, no máximo, um bom jogador. Ele deveria um dos responsáveis pelo espetáculo, no entanto tem que marcar, marcar e marcar, não criar. É hoje refém da tática. E a tática é não tomar gol, aí, se der, a gente faz".
A conversa fiada é a de que o time tem que aprender a "sofrer" com a pressão adversária, jogar no contra-ataque "por uma bola", por isso é que os times, com medo um do outro, reduziram o campo a meio metro, onde assim os volantes, com seus coturnos, podem distribuir botinadas à vontade. 
O futebol ficou tão sem graça que o narrador tem que interromper o grito de gol, para esperar o VAR decidir se a bola entrou ou não, se houve falta ou não. E o árbitro? Ele é aquele indivíduo que corre para lá e para cá com uma placa pendurada no pescoço dizendo: "Não tenho nada com isso, a culpa é do VAR".
Além do valor absurdo das entradas, outra coisa pesa para que os torcedores fujam dos estádios e da frente das tevês: não há jogo, há pugilato, MMA, sei lá!. O jogo só ganha alguma manchete e se torna um grande debate, quando há atos de violência física explícita, racismo ou briga entre jogadores. E aí vamos repetindo o mantra da NBA: DEFESA!!! DEFENSA!!!.
Em tempos de Guardiola, inventor do tik-taka (toca pra lá, toca pra cá), sou fã de Jurgen Klopp. Guardiola hoje renega o Tik-Taka, odeia-a invenção, mesmo tendo ganhado tudo com o Barcelona, de tanto que o imitaram. E mal. 
Guardiola é tranquilamente um dos melhores treinadores do mundo, senão o melhor. E aí você me perguntaria, fanático torcedor, por que, então, sou fã de Jurgen Klopp. O "cara" é doido. É aí que está o "busilis", como diria Mussum: o cara é doido, criou uma bagunça organizada que fez do Borussia Dortmund uma potência. Potência, que desbancou o poderoso Bayern de Munique duas vezes, além de desbancar, comandando o Liverpool, outras grandes potências, como o Barcelona, para chegar dois anos às finais da Champions League.
Os times de Klopp têm fome de gol. Mesmo vencendo, o maluco é capaz de tirar um zagueiro e colocar um atacante para empurrar para trás o time ameaçador. Ou toma um goleada ou arrebenta o adversário. O que me torna fã do doido, é o fato de ele ter se tornado a antítese do treinador medroso, defensivo, "que joga por uma bola". Realmente o cara é doido. Depois de perder a Champions para o Real Madrid, foi para um "pub" encher a caveira com os torcedores.
Sempre fui fá do Barcelona, desde antes da "era dos Ronaldinhos", mas não sou do sonolento e covarde Ernesto Valverde. O Brasileirão, cantado em verso e prosa, como o mais difícil torneio de futebol do mundo, é difícil mesmo. Difícil de ver. Além disso, é interessante ver comentarista fazer mais gols nos comentários do que em campo, quando "jogava".

Compartilhar: