PISA NO BRASIL

PISA NO BRASIL

 

(PROVA DE REDAÇÃO EM CRISE)

 

                PISA no Brasil. Para quem não sabe, o PISA é o Programa Internacional de Avaliação de alunos, aplicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Avalia conhecimentos em matemática, leitura e ciências A última atualização ocorreu em 18 de junho de 2024 às 12h11. O Brasil ficou entre os 15 piores países na avaliação sobre criatividade. Para ser mais preciso, na 39ª posição entre os 41 países membros da OCDE.

Entre os 81 países avaliados em matemática, (40 não são associados à organização), o Brasil amargou o 62º lugar. Os alunos conseguiram 379 pontos em matemática, 93 pontos abaixo da média da OCDE (de 472 pontos). No cômpito geral, o país ficou em 53º lugar.

Existem muitas explicações para isso. O investimento ridículo no ensino público (educação básica) revela, com clareza, que o país está onde deveria, amarga a 39ª posição entre os 41 países membros da organização. Como nada é tão ruim que não possa piorar, as escolas particulares seguem o mesmo roteiro em direção ao fundo do poço.

Os estudantes mais ricos tiveram desempenho abaixo da média internacional e muito abaixo daqueles com o mesmo perfil socioeconômico. Muitos são os problemas a serem discutidos: “Má formação de professores e diretores. Material didático sem metodologia definida. Interesses políticos que relegam a educação ao último plano. Falta de verbas ou de planejamento ou de ambos. Os melhores alunos não têm a mínima pretensão de serem professores, criando o ciclo vicioso: o mau aluno vira mau professor, que forma o mau aluno que vira mau professor e assim por diante. Ser professor é uma das piores no mercado de trabalho. Temos outros dois problemas, um já existe, o outro promete ser.

Pesquisando questionário socioeconômico do ENEM, descobrimos o primeiro, caímos na seguinte esparrela: “Oferecer condições iguais, para alunos de classes sociais diferentes”. Mentira. A prova conteudista oferece melhores condições aos alunos de escolas particulares das regiões mais ricas. São tantas as distorções que o ENEM não engana mais ninguém: a quantidade de inscritos despenca ano a ano. A prova de redação presta um desserviço ao processo educacional. Ao criar um “modelão” abriu espaço para os “milagreiros” e os “adestradores” de plantão: o raciocínio está dentro da “caixinha”. A Internet está abarrotada deles e de alunos que, por ter em conseguido notas acima de 900 pontos, tornam-se professores de redação, sem qualquer formação na área.

 Nesse país entupido de distorções socioeconômicas e socioculturais, o “Novo Ensino Médio” promete aumentá-las. As escolas particulares irão muito além dos currículos mínimos e terão professores capacitados para ministrar todas as disciplinas, a infraestrutura que já têm fará ainda mais a diferença. São Paulo já tem o seu próprio ENEM e o governador pretende distribuir escolas militares pelo Estado para “salvar a pátria”. Ledo engano. O PISA, que já preparou o atestado de óbito, poderá assiná-lo, depois de testemunhar o caos.

Se você acha que já viu tudo o que é possível, esqueça: há um movimento crescente de pais que não querem seus filhos na universidade, porque supostamente lá há todo tipo de perversidade. A OCDE tem muito a aprender com o Brasil.

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