PLAGIAR REDAÇÕES: SÓ O MEC NÃO SABIA QUE ISSO EXISTIA

PLAGIAR REDAÇÕES: SÓ O MEC NÃO SABIA QUE ISSO EXISTIA

A máxima cruel do mundo corporativo cabe nesse caso: “A grande diferença entre Deus e o mercado é que Deus perdoa”.

O Guia do Estudante traz uma longa matéria sobre alunos que plagiaram redações "bem sucedidas" na prova do ENEM. "Dadores de aula" ficaram famosos nas redes sociais por destilarem seus “métodos” à prova de reprovações (Será?): copiar "modelos" de redação pré-fabricados. Tempos modernos: produção em série.
Dois fatos me espantam no vale-tudo para conquistar uma vaga na faculdade: 1) "Professores (Será?)" se prestarem ao papel ridículo de comprometer a profissão, deseducando. Não há método em copiar redação, há sim método para engessar a inteligência. Segundo: Jovens, que se revoltam contra a corrupção, se prestarem ao papel de ludibriar os competidores, abusando desse expediente. A corrupção do outro é inaceitável, não é? A ética, no Brasil, é elástica. E muito!
A professora Maria Inês Fini, responsável pelo ENEM, veio a público desancar os "plagiadores", ao descobrir a trapaça. Se pesquisar mais um pouco, achará muito mais. No entanto, foi justamente o modelo de prova criado para o ENEM que incentivou certos "professores(?)" a cometerem delitos: adestrar alunos, robotizar consciências.
"Devemos aprender com os nossos erros" – constata outra máxima. Pergunto, então: "Quanto tempo ainda temos de errar para começarmos a enxergar o óbvio?". Entram nas universidades, qualquer uma, alunos totalmente engessados: não sabem pensar, ler e redigir. 
Todo mundo sabe (menos o MEC) que "modelos" de redação existem. Como os fabricantes do ENEM não se pronunciaram até agora, abriram espaço para os "dadores de aula" prometerem o "milagre" da aprovação a qualquer custo. Viraram fenômenos nas redes sociais, como virou o "Porta dos Fundos".
Alguns “dadores de aula” promovem o culto à personalidade, para fundar “verdadeiras igrejas”. Pregam que estão de posse da pedra filosofal. Esse tipo se aproveita da fragilidade emocional do aluno desesperado para agarrar uma vaga numa universidade. Convencem-no de um grande negócio: o crime compensa. O imediatismo leva ao desespero. O desespero mata o senso crítico. Uma dose de propaganda enganosa manda que a ética vá para o espaço: Aluno bom é aluno adestrado, robotizado, engessado.
O vestibular é uma competição "injusta" criada pelo nosso sistema "deseducacional", certo? Certo. Porém, copiar é atestar a própria incompetência. Não discordo de que “modelos” podem funcionar para os “espertos”. Mas, quem é esperto, hoje? Os que foram pegos pensaram que eram. Deu no que deu. Como sempre, o plágio pode fazer o "cover", mas nunca fará o "autor". Ninguém procura um Camões numa prova de vestibular, mas também não procura um papagaio.
Jovens, quando desesperados, optam pelo mais fácil, a ponto de colocarem uma venda e acreditarem que decorar um amontoado de frases descontextualizadas significa adquirir repertório cultural. Os espertos acabam sempre traídos pela esperteza. Quantos zeraram por causa dessa "esperteza", já se perguntou?
A maioria esmagadora desses "deseducadores" se escondeu nas redes sociais, para praticar o que mais amam: a vitimização. Cada vez menos pessoas acreditam neles diante das evidências. É! Milagres não existem. Entrar numa faculdade é muito mais fácil que sair dela.

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