QUE TAL ACABARMOS COM O ENEM?

QUE TAL ACABARMOS COM O ENEM?

O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) não é um problema. Na verdade, tornou-se um mundo de problemas. Primeiro, perdeu a carteira de identidade: foi criado para medir a quantas andava o caótico sistema educional brasileiro, no entanto virou passaporte para que um jovem, com uma única inscrição, pudesse disputar vagas em uma universidade. Segundo, veio agarrado à propaganda oficial: acabaria com o vestibular, contudo virou o mais perverso e mais estressante vestibular deste país. Terceiro, propôs uma utopia: acabaria com as diferenças, entre ricos e pobres, no momento de disputar uma vaga numa universidade pública. As constatações veículadas pela mídia, em 2015, apontou em direção oposta: só os ricos têm chances de conseguirem passar nas carreiras mais disputadas, como medicina.

Poderia eu enumerar mais um montão de mentiras, que o MEC e o INEP empurraram goela abaixo do cidadão, através da uma bem articulada propaganda jogada em rádios, jornais, revistas e tevês. Brasileiro gosta de sangue, não "está nem aí" para essa história de educação pública". Brasileiro só se arrepia, quando o fato envolve o bolso. Brasileiro só se atenta para o ENEM, se houver mais um escândalo: o do ano. No resto do ano, se estressa, quando tem de pagar uma escola particular para o pimpolho.

O governo contou com um fator preponderante: ofereça facilidades ao povo (essa entidade da qual só os pobres fazem parte) e ele comprará qualquer picanha, como se fosse picanha Friboi, com Tony Ramos e tudo. Contou também com a ignorância da classe média (outra entidade mal definida, provavelmente "quem come chuchu e arrota Peru") que faz qualquer coisa para que os rebentos se tornem: "universiotários": "Meu filho é dotô". E sem fazer doutorado: estamos no país dos doutores. O diploma o jogará nos braços do mercado de um país que cresce "como rabo de cachorro" e promove "voos de galinha". Pergunte a um "dotô" o que é ENEM e SISU, "caro leitor informado", e terá uma surpresa desagradável.

Depois de uma série infindável de escândalos, o MEC, humildemente, quer a conivência, o aval do cidadão para os seus desacertos. Foi, então, aos veículos de comunicação, pedir sugestões para remendar esse monstrengo. Você acha mesmo que o MEC está interessado em conhecer os "achismos" da população? Sugestões, como estabelece a palavra, são apenas sugestões. Como o MEC agirá  se chegarem millhares delas? Quais serão os critérios para selecionar as "Melhores". "Melhores", na opinião de quem? Quem será o ser "divino"? Esse ministro?

Não se iluda, "ingênuo leitor", nenhum plebiscito é democrático. Só o é na conversa. Ganha a briga quem tem os mais eficazes instrumentos de convencimento: dinheiro e marketing. O plebiscito ilude, porque lhe dá uma importância, que, de fato, você não tem. Serve apenas para inflar o seu ego. Torná-lo sócio de coisa nenhuma. Você crê mesmo que votou na Dilma? No Aécio? Em qualquer político? Vá ser ingênuo assim lá no Brasil. O tal plebiscito serve para que você dívida com o governo o fracasso do modelo vigente. Não funciona assim com o voto? De novo, não se iluda: o MEC já sabe o que não fará.

MINHA PROPOSTA: acabar com o ENEM, nos moldes atuais. Nascer de novo, mas com outra cara. Você diria, irritado leitor: "Poxa, você veio aqui, desceu o pau e não ofereceu nada em troca. Tenho muitas teses sobre como criar uma nova forma de avaliação. Não caberiam aqui, nem essa é a intensão. TAMBÉM NINGUÉM OUVIRIA. ENVOLVEM DINHEIRO.

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