A QUEM INTERESSA ESSE TIPO DE COISA? AO PAI? AO ALUNO? PENSE

A QUEM INTERESSA ESSE TIPO DE COISA? AO PAI? AO ALUNO? PENSE

Em reportagem, o jornal O Estado de São Paulo afirma que o excelentíssimo senhor secretário de educação do governo Alckimin pretende fazer "outra" das grandes revoluções na educação do estado. Sobre o fato exposto no jornal, ninguém disse que sim, mas também ninguém disse que não, se as mudanças ocorrerão, em 2016, ou não, portanto vamos cogitar. A coisa seria desenvolvida da seguinte forma: os alunos do segundo e terceiros anos do ensino médio poderiam montar a sua "grade" escolar, optando pelas matérias que lhes interessassem mais. 

Muito bonito, mas há profissionais disponíveis no mercado dispostos a ganhar mal e porcamente para dar aulas de teatro? Artes? Música? Folclore? Lembro-me de que, quando os vestibulares se decidiram por colocar filosofia nas provas, não havia profissionais disponíveis no mercado. "Quebravam o galho", então, os formados em História, Literatura e até mesmo formandos em jornalismo, publicidade.

Pelo que entendi, essa "experiência" ocorrerá em algumas escolas do Estado. Se der certo, será implementada. No Brasil, quando chamamos alguém para um churrasco, o boi, geralmente, está morto. Então, podem esperar, haverá a tal "Revolução". 

Acho muito interessante que o processo educacional esteja interessado em lapidar talentos, em promover descobertas, como acontece em algumas áreas do esporte. No entanto, o aluno terá orientação e maturidade suficientes para optar por uma determinada disciplina em detrimento de outra? Por exemplo: entre a matemática, que odeio, e a música, que amo, é lógico que fico com a segunda. Na vida prática, vou precisar muito mais da primeira do que da segunda. E aí? Haverá uma grade mínima obrigatória?

Outra coisa séria: estarão as escolas devidamente aparelhadas? Os CIEPs, no Rio de Janeiro, que foram idealizados de forma parecida, viraram um "mico" sem tamanho. O governador mandará, pelo menos, pintar as escolas já existentes? São muitas as perguntas que espero ver esclarecidas. Haverá um "choque de gestão". Estarão preparados os nossos diretores para os choques? 

O que não entendi: O governo federal não pretende unificar o ensino no país, usando, para isso, o ENEM? Os outros estados topariam entrar nessa barca, ou seja deixarem o aluno optar pela disciplina mais atrativa? E os vestibulares, cada vez mais multidisciplinares, como ficariam? Finalmente o governo teria, nas mãos, o trunfo para acabar com eles? Preparar o aluno da escola pública para disputar vagas nas universidades públicas não será mais tarefa das escolas públicas? 

Esperemos o próximo capítulo dessa novela. Mas, que o boi está morto, lá isso está. E no espeto, prontinho para ser devorado. 

 

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