RADICALISMO RADICAL

RADICALISMO RADICAL

Conhecido como o país da Opa! Agora sim. Agora virou definitivamente a casa da mãe Joana, a casa da luz vermelha, a comédia de costumes. Finalmente, o Brasil mostra a sua cara e a sua bunda. Pelo menos, a internet é "democrática". Cada um pode ser dono da verdade que idolatra com viseira. Pode mostrar a cara e a bunda como bem quiser. Ao contrário da maioria radical, que condena o radicalismo, eu o aplaudo. Aplaudo mesmo. O saúdo no meio da arena, enterrado no cocô de vaca até os culhões. Até que enfim acabou a hipocrisia. Até que enfim todo mundo resolveu tirar a fantasia. Até que enfim as vestais se mostram filhas da puta. Coitadas das putas. Não há inocentes. A zona está completa. Que venham os salvadores da pátria, os heróis de fancaria, os caras de pau! Ninguém é inocente. Todo mundo é proprietário, com página, perfil e tudo da sua única e insofismável verdade. Todo mundo é dono da moral. Todo mundo bate o pé. Chuta o saco do outro. A web é território de todo mundo e fronteira de ninguém. Todo mundo cospe na cara. Todo mundo ou bate do gogó pra cima ou do cinto pra baixo. Não há inocentes. O corrupto é o outro. Pra que consertar o Brasil, para que ele funcione? Mas, a graça está justamente na bagunça, senão reclamaremos de que? Para que acabar com o jeitinho brasileiro, se é ele a nossa maior qualidade? Nós o inventamos. Ele é só nosso. "Abaixo os que querem dar um jeito de acabar com o jeitinho". Ele é o maior patrimônio da nossa criatividade. Prendam os corruptos. Mas, quem não é corrupto nesse país de pequenas corrupções? Haja jaula. Ninguém é inocente. o Brasil é um país tão louco que está internacionalmente conhecido: o país da Bandalheira. Quer coisa mais engraçada do que é não se levar a sério? Acompanhei hoje os vários abaixo assinados para destituir Sérgio Moro. Se Moro fez de Lula herói, os abaixo assinados fazem de Moro herói. Esse é o país do carnaval. Carnavalizaram tudo: a política, a economia, a moral e, por incrível que pareça, politizaram o carnaval. É uma zona. E ninguém, niguém mesmo é incente.

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