SASSÁ MUTEMA NAS MICARETAS

SASSÁ MUTEMA NAS MICARETAS

SASSÁ MUTEMA NO TEMPO DAS MICARETAS

 

Para quem não se lembra, SASSÁ MUTEMA foi um personagem magistralmente interpretado por Lima Duarte na novela O SALVADOR DA PÁTRIA. Homem simplório foi guindado à condição de "caçador de marajás", "caudilho" ou coisa que o valha, depois de aprender a "ler de carreirinha". Não havia esteira naquela época. O povão gritava seu nome, até a oposição encurralá-lo, e ele não ter mais o nome do qual se orgulhar. Minha dúvida: "Quem será o próximo SASSÁ MUTEMA, caso Dilma seja destronada?" 

Lula, muito esperto, passou, para o Brasil intelectualoide, a tese de que não gostava de ler, escrever de “carreirinha”, mas adorava falar: o Sassá Mutema do polígono das secas.  Era um "exímio falador". E como falava! Ninguém dominou o discurso em nome das classes menos favorecidas, como ele. Com sua gramática particularíssima, surrupiou os votos da elite intelectualoide, venceu as eleições. Mais tarde, abaixou as calças para ela, no entanto encheu os bolsos. E como encheu!

O tal Lula (nome simbólico como a Baleia de Graciliano Ramos, em Vidas Secas. Nordestino da poeira em busca de mar) mal concatenava as frases, como Sassá. Os "intelectuais" o desancavam, mas o povão, que o entendia à risca e o via como semelhante, o aplaudia. O problema de Lula é que o personagem, por se acreditar mítico, ficou maior que o homem. Lula acreditou no mito; Sassá, não. O ex-presidente se acreditava realmente o único politiqueiro capaz de "salvar" o Brasil, ao contrário de SASSÁ, que jamais se via como político de carteirinha.

Esse discurso sem pé nem cabeça não cabe na boca de Dilma. Falta-lhe o personagem convincente, a cara da mulher do povo. Ela carrega a pecha de intelectualoide. Pior, ela se parece com a namorada do "Chuck", do filme "O boneco assassino". Mete medo na patuleia. Desviar a atenção da população para os "factoides" soa a desvario, ainda mais nesses tempos de vaca louca.

A "presidenta" parece refém do seu criador, uma espécie de Pantaleão às avessas, que renega a criação, por isso o "mutismo" do falador, agora pego, de vez, com as cuecas arriadas. 
Os americanos chamam de "pato manco" o governante que não governa em final de mandato. Aqui, no início de mandato, Dilma virará, se já não virou, "mula manca". Dilma virou boneco de ventríloquo. Parece ter doença contagiosa, e tem. Quer dizer, não tem. Não tem "pudê".
Promoveremos o "impeachment" de Dilma, como o fizemos com Fernando Collor, destronado por muito menos que uma Petrobrás. Como esse país só tem vaga lembrança da sua história recente, não compreendeu o papel de Sir Ney (que cansou de eleger a filha governadora , o filho deputado) e Renan Canalheiros (que fez o filho governador, no primeiro turno, em Alagoas) na derrubada de Collor. Ibsen Pinheiro (o presidente da Câmara, que destruiu Collor, depois caiu na mesma armadilha no chamado "Escândalo dos Anões do Orçamento") aliou-se a essa gente graúda. Essa gente não perdoa os que se recusam a dividir o bolo da fama e também a culpa pela comilança indiscriminada. Eduardo Cunha, já complicado, denunciado, oposicionista dependurado na situação, correrá mais rápido ainda para o cadafalso. Acha-se dono de um “pudê” que, de fato, nunca teve. É apenas, sem saber, sabendo, mais um objeto de barganha no jogo político.

Essa nossa América Latrina, em especial esse nosso quintal das maravilhas, é "tarado" por um caudilho, um ditadorzinho meia pataca ou um SASSÁ MUTEMA, um "salvador da pátria". Só se esquece de que não adianta derrubar apenas a "presidenta" com esse Congresso, esses Ministérios e esse STF que aí estão.


MANIFESTAÇÕES são absolutamente LEGÍTIMAS, GARANTIDAS pela DEMOCRACIA e pela CONSTITUIÇÃO, o que é ÓTIMO, contudo muita gente aproveitou o clima de micareta para entrar na turma da "PIPOCA". Nessa festinha oba oba, havia até grupo de PAGODE. Boa parte das pessoas só estavam lá, porque outras também lá estavam. E SÓ.

Não se esqueçam de que foi depois das ÚLTIMAS GRANDES MANIFESTAÇÕES, QUEBRA-QUEBRA e COISA e TAL, que esse CONGRESSO RETRÓGRADO, NEPOTISTA E CORPORATIVISTA foi eleito. FOI PARA ELEGER ESSA GENTE QUE O POVÃO FOI ÀS RUAS? Foi para se abster de votar no último pleito e manter lá os mesmos, que o HINO NACIONAL foi cantado nas ruas?

Pergunto novamente: Quem será o próximo SASSÁ MUTEMA? O que manda sem mandar? 
Só para relembrar. Em um Caso Especial, exibido pela Rede Globo, Lima Duarte, em outra interpretação magistral, viveu o PAPA-RABO, personagem simplório guindado à condição de herói. Da sacada da prefeitura, depois de ser muito pressionado pela elite, assumiu o crime contra o enlouquecido mandatário. Gritou, desdentado, a plenos pulmões: "Eu matei Severino Papa-terra". Virou o "salvador da pátria". Mentira: Ele não tinha culhões para matar sequer uma mosca. O verdadeiro assassino, esgueirando-se nas sombras, invejoso das mordomias das quais o Papa-Rabo usufruía, tentou botar a cara para fora como o verdadeiro autor da proeza. Acabou vendo o capim nascer pela raiz. Os donos do “pudê” não perdoam. A cena final é uma obra prima: o Papa-Rabo acena para o povo de uma forma, inicialmente, espontânea. Em seguida, os gestos tomam a forma de uma marionete. Os verdadeiros donos do "pudê" manipulavam cordões invisíveis. Esse CASO ESPECIAL foi exibido faz anos, porém a história "se repete como farsa".

Fica a dúvida: Quem será o novo PAPA-RABO, quem será o SASSÁ MUTEMA? Um trouxa, um espertalhão ou um "play"? As manifestações dirão e os donos dessa terra também.

 

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