VAMOS LIBERAR GERAL

VAMOS LIBERAR GERAL

(O BOCA DO INFERNO NA CASA DA LUZ VERMELHA)


SENHORES E SENHORES:


Vamos liberar os cassinos, os jogos de azar, se bem que, com esses deputados e senadores, já temos azar suficiente para muitas e muitas gerações. Quando você estiver endividado, precisando arrumar dinheiro, de qualquer jeito, para pagar as contas, tome a seguinte atitude: "libere geral"; "solte a franga"; "prostitue-se". A indignação da sociedade durará o tempo necessário para descobrir a necessidade de fazer o mesmo.

Vamos liberar o voto de cabresto, afinal a cangalha, a viseira e a mordaça. Os gajos e raparigas já carregam esses artefatos há muitas e muitas gerações. Desde a chegada da pantomima de Cabral.

Vamos abrir as prisões e transformar presídios em shopping centers, afinal podemos comprar muita muamba: há celulares de todas as marcas, armas e drogas de todos os tipos. Podemos tirar fotos com estupradores, serial killers e ladrões, que podem contar, ao vivo, suas façanhas. Tenho vertera de que nenhuma superará o que temos visto. Sale (para ficar mais chique): políticos da operação lava-jato estão em promoção. Aproveitem antes que eles recorram ao STF.

Vamos liberar geral a cloca. Levamos tanto ferro, desde a afundação da Terra Brasilis, que nem sentimos mais o tamanho do imposto. Imposto.

Vamos liberar geral a sacanagem, afinal temos o direito de frequentar as mansões dos lobistas do Lago Sul e também andar nos carros, iates e motos do Eike Batista.

Vamos liberar os ladrões de galinha (se você encontrar algum), para virarem relíquias no Museu da Inconfidência. Assim teremos direito a estampar suas fotos em camisetas e defendermos, em passeatas, vítimas reais do nosso impiedoso sistema judiciário. E da nossa burrice surreal. Nome sugestivo esse: podemos mudar o Palácio do Jaburu (nome sugestivo também) para ele. Saberíamos, assim, das inconfidências do Jaburu-mor sobre como estuprar a presidência para arrancar dela muitos cargos, nem que seja a fórceps.

Vamos liberar a injustiça, porque a justiça deste troço não serve para nada. Prende e solta na velocidade de um fórmula I, se você tiver dindim; se não tiver, amarga anos na "cana" até o presídio ser empludido, como o do Carandiru. O que será feito de quem quiser se manter enjaulado, porque não tem mais "vida" fora da prisão? Qual justiça será aplicada, a da injusta liberdade?

Viva a bandalheira.

Carnavalizemos a terra à vista anunciada, aos gritos, por aquele pândego, no alto galeota, que avisou Cabral sobre a terra em que tudo dá. E como dá! Dá mesmo. E sem cobrar nada. Que gritasse, de uma vez, terra a prazo. Não aguento mais dever sem fazer dívidas.

Viva essa casa da luz vermelha.

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