SINAL DOS TEMPOS: LIMITE DA PACIÊNCIA

SINAL DOS TEMPOS: LIMITE DA PACIÊNCIA

      Uma das perguntas mais discutidas da humanidade diz respeito ao seu fim, se haverá seu fim e o fim de tudo. Artigos de jornais e revistas, programas de rádio - inclusive com a narração sobre uma invasão alienígena ficticia -, programas de televisão, documentários, filmes, etc, foram, são e ainda serão produzidos para deleite masoquista e nóias destrutivas de tantos, mundo afora. Para delírios mil, acrescenta-se, a partir de agora, à toda boa história e estória apocalíptica, recente declaração do Dr. Stephen Hawking, pela qual defendeu que a espécie humana terá que deixar a Terra caso queira sobreviver. PRONTO!!! Se um dos mais renomados cientistas do planeta declara a necessidade de fuga espacial em massa, como atitude indispensável para evitar sua extinção, o que nós, normais mortais, poderíamos usar para contra-argumentação? Sem mencionar, inclusive, o fato de parecer haver sinais indicando o "game over global", segundo interpretações de inúmeras pessoas. Desse modo, é possível considerar como um dos mais graves e evidentes sinais do fim a pura e simples descrença de que o cenário planetário possa arribar. Sinal esse que também podemos constatar em espaço brasileiro. O fim do mundo corroborado pelo fim da picada no qual se tornou o cotidiano de um lugar que mais parece pertencer à um universo nonsense paralelo, mas que um dia imaginou-se que pudesse se tornar sinônimo de ordem e progresso. É o todo da desordem e retrocesso...

      Não há qualquer tom progressista e ordeiro em palavras absurdas, tais como as jogadas pelo ex-presidente da república, Lula, ao tentar justificar as tão discutidas pedaladas fiscais da atual presidente. "Ela fez pedaladas para pagar o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida". De fato, infeliz declaração pois nada mais retrógrado do que uma administradora gastar mais do que arrecada, afinal, endividar-se, sob perspectiva de médio e longo prazo, inviabiliza qualquer progresso. O curto prazo, nesse caso, seria imediatismo interesseiro e irresponsável. Deu no que deu. Como também, tais palavras podem alimentar séria desordem, na medida que parecem carregar em si mensagem cujo sentido eximiria de qualquer responsabilidade quem quebrasse a lei em nome de qualquer fim que se deseje. Total final do bom senso!!! Na realidade, nem seria necessário o fim de qualquer coisa, muito menos do mundo, pois, é suicídio administrativo e social mesmo. "Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte vocês me derrubam". Final explícito da falta de vergonha que é parte constituidora desse universo paralelo tupiniquim, simbolizada por tais palavras mal ditas por Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Não há mais vergonnha em insistir na mania de entender o Brasil como se fosse fazendão particular, no qual briga-se para definir quem é o fazendeiro e quem são os capatazes, porém, com todos preocupados, exclusivamente, em salvar - não necessariamente parar de sujar - suas botas enlameadas. Já em seu abatedouro - e não mais curral - haveria somente jumentos ou burros desesperados ou alienados por e quanto aos seus fins . "A sociedade brasileira conhece os chamados moralistas sem moral". Com essa "bela, útil e educadora" expressão a presidente Dilma simbolizou o fim da coerência e sólida argumentação quando posta em questionamento. Os professores, em especial, conhecem bem essa frágil e absurda tentativa de explicação, quando, ao repreender um aluno cujo comportamento foi inadequado, o mesmo diz que o de outro colega, em outro momento, também o foi e nada lhe aconteceu. Ou seja, dizendo de modo curto e direto, como se erros passados justificassem e isentassem erros presentes. É o final da ética básica. Pois, vale dizer que, se esse hipotético colega não respondeu, justamente, por seu "deslize" - contradizendo as regras vigentes - não será, certamente, a repetição da contradição e injustiça a melhor solução.

     No mundo, de fato, sinais de n situações - relacionamentos, empregos, parcerias, etc - podem ser percebidos e considerados em abundância. Sinais dos finais diversos também o podem. Contudo, é lamentável quando esses finais, que poderiam ser evitados por simples sensatez e olhar coletivo, são estimulados por mentalidades egoístas, tacanhas, interesseiras e parciais . Portanto, se já há a necessidade de engolir esses finais - na medida em que não parece haver mais volta, como disse Hawking - no mínimo é possível expressar sinal para o sentimento cidadão predominante. Ao se cadastrar para as biometrias da vida, quem sabe usar o dedo médio...

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