Desempenho exportador do agronegócio em março

Desempenho exportador do agronegócio em março

especial por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Este março o desempenho do agro sofreu uma pequeno escorregão. As exportações do agro (US$ 7,69 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2012 (US$ 7,71 bi), caíram 0,3%. O saldo na balança do agro de março é de US$ 6,16 bi, um valor 0,4% inferior a março de 2012. Essa queda no saldo se deu principalmente pela queda de 0,3% nas exportações e aumento de 1,0% nas importações.O valor exportado acumulado no ano (US$ 20,6 bilhões), por sua vez, aumentou (6,0%) quando comparado com o mesmo período de 2012 (US$ 19,4 bilhões), contribuindo para um saldo positivo acumulado no ano de US$ 16,3 bilhões (8,0% maior que o mesmo período em 2012). Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2013 com um montante de apenas US$ 82,3 bi, porém cabe ter a esperança que o acumulado de janeiro-março de 2012 tivemos uma exportação de US$ 19,4 bi e fechamos 2012 com a incrível cifra de US$ 95,8 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma queda de 11,9% nas exportações (US$ 13,2 bi em 2012, para US$ 11,3 bi em 2013), isso ajudou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a manter incríveis 39,8% em relação as exportações totais do Brasil. Ou seja, o Brasil que vai bem, é o Brasil do agro.

Neste março, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2012 foram respectivamente: milho (aumentou US$ 400,8 milhões em relação a março de 2012), açúcar de cana em bruto (US$ 330,5 mi), carne bovina in natura (US$ 52,9 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 14,9 mi), óleo de soja refinado (US$ 9,7 mi), óleo de dendê ou de palma (US$ 8,4 mi), carne de frango in natura (US$ 8,0 mi), bovinos vivos (US$ 6,6 mi), óleo de amendoim (US$ 6,2 mi) e demais madeiras e manufaturas de madeira (US$ 4,1 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 842,2 milhões nas exportações do agro de março.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: outros couros/peles bovinos curtido (18,8%), carne de frango in natura (14,7%), milho (12,3%), carne bovina in natura (-5,5%), óleo de soja refinado (-7,1%), bovinos vivos (-10,3%), óleo de amendoim (-12,4%), açúcar de cana em bruto (-19,7%), demais madeiras e manufaturas de madeira (-23,3%) e óleo de dendê ou de palma (-52,3%). Entre os 10 principais produtos que mais aumentaram as exportações em março, apenas três apresentaram aumento nos preço, enquanto os sete restantes tiveram grandes quedas no período. Isto mostra que os crescimentos das exportações podem ter sido fruto principalmente do aumento dos volumes exportados e da diversificação de produtos nas exportações, o que compensou a queda nos preços dos principais produtos.

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: soja em grãos (queda de US$ 152,2 milhões), farelo de soja (US$ 89,6 mi), café verde (US$ 87,2 mi), óleo de soja em bruto (US$ 80,0 mi), fumo não manufaturado (US$ 62,4 mi),  trigo (US$ 61,9 mi), suco de laranja (US$ 57,0 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 45,0 mi), arroz (US$ 25,6) e açúcar refinado (US$ 17,9 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 679 milhões.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Coréia do Sul (US$ 67,4 milhões a mais que em março de 2012), Bangladesh (US$ 67,0 mi), Países Baixos (US$ 66,3 mi), Estados Unidos (US$ 57,8 mi), Japão (US$ 49,9 mi), Irã (US$ 35,9 mi), Índia (US$ 34,8 mi), Indonésia (US$ 32,7 mi), Malásia (US$ 25,0 mi) e México (US$ 24,8 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 461,7 milhões. O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Espanha (US$ 130,9 milhões a menos que em março de 2012), França (US$ 84,0 mi), Tailândia (US$ 73,8 mi), Alemanha (US$ 66,5 mi), Itália (US$ 40,2 mi), Rússia (US$ 30,8 mi), China (US$ 30,7 mi), Cuba (US$ 26,1 mi), Reino unido (US$ 24,5 mi) e Colômbia (US$ 22,0 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 529,6 milhões nas exportações brasileiras em relação a março de 2012.

O primeiro trimestre de 2013 mostrou melhor desempenho que o mesmo período em 2012, com exportações do agro crescentes em relação a ao ano anterior. Nota-se, assim como no ano passado todo, uma diversificação nos mercados de destino das exportações, onde países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, que agora são os que mostram crescimentos de valores importados do Brasil, principalmente países emergentes, do BRIC’s, países da Ásia e Oriente Médio, da mesma forma que produtos antes poucos representativos começam a ganhar cada vez mais espaço.

Temos um cenário otimista para 2013, onde o Brasil sustenta sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e garantindo um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e garantindo também um saldo positivo para a balança comercial do país. 2013 está quente para as exportações brasileira. Vamos esperar o desempenho nos próximos meses, confiando na máxima que... estamos terminando a primeira safra de grãos e ainda temos produtos para comercializar, somando-se a isso, temos a safrinha de milho que promete impulsionar as exportações, já que vem puxando os aumentos nas exportações brasileiras do agro no primeiro trimestre.

 

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