Exportações de Fevereiro Igualam 2013

Exportações de Fevereiro Igualam 2013

Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Após resultados decepcionantes em janeiro, em fevereiro o desempenho exportador do agro nos animou um pouco. As exportações do agro (US$ 6,39 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 6,30 bi), cresceram 1,4%. O saldo na balança do agro de fevereiro é de US$ 5,02 bi, praticamente o mesmo valor de fevereiro de 2013. O valor exportado acumulado no ano (US$ 12,3 bilhões) por sua vez ainda não está bom, não tivemos um resultado como no ano passado, tendo uma queda de 4,8% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 12,9 bilhões).

Este resultado levou a um saldo positivo acumulado no ano de US$ 9,4 bilhões (7,0% menor que o mesmo período em 2013). Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2014 com um montante de apenas US$ 74 bi, porém cabe ter a esperança que o acumulado de janeiro-fevereiro de 2013 tivemos uma exportação de US$ 12,9 bi e fechamos 2013 com a cifra de US$ 99,9 bilhões. Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram um aumento de 3,2% nas exportações (US$ 9,3 bi em 2013, para US$ 9,5 bi em 2014), isso ajudou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a perder um pouco sua força (em 2013 a participação era de 40,5%), mais mantendo o patamar de 40,1% em relação as exportações totais do Brasil.

O saldo da balança comercial brasileira teve um grave déficit de US$ 2,1 bilhões em fevereiro e US$ 6,2 bilhões no acumulado do ano, sendo o grande vilão desse péssimo desempenho o aumento das importações de petróleo (responsáveis por 38% do déficit de fevereiro) devido ao aumento de uso do óleo nas termoelétricas por conta dos baixos níveis dos reservatórios hídricos e aumento do consumo no mercado interno. Ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.

Neste fevereiro, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: soja em grãos (aumentou US$ 869,3 milhões em relação a fevereiro de 2013), carne bovina in natura (US$ 151,5 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 37,5 mi), bovinos vivos (US$ 36,0 mi), outros couros/peles bovinos preparados (US$ 27,4 mi), papel (US$ 14,9 mi), leite em pó (US$ 12,0 mi), cravo da índia (US$ 11,9 mi), outras rações para animais domésticos (US$ 11,7 mi) e miudezas de carne bovina (US$ 11,0 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 1,18 bilhão nas exportações do agro de fevereiro.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: outros couros/peles bovinos curtidos (23,9%), leite em pó (14,3%), outras rações para animais domésticos (10,1%), cravo-da-índia (8,7%), couros/peles bovinos preparados (7,6%), miudezas de carne bovina (1,5%), carne bovina in natura (- 4,5%), papel (-4,7%), bovinos vivos (-6,1%) e soja em grãos (-7,7%). Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: milho (queda de US$ 436,0 milhões), açúcar refinado (US$ 155,0 mi), trigo (US$ 110,0 mi), álcool etílico (US$ 97,0 mi), farelo de soja (US$ 85,1 mi), carne de frango in natura (US$ 82,2 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 49,7 mi), celulose (US$ 37,8 mi), sucos de laranja (US$ 21,9) e arroz (US$ 18,3 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 1,09 bilhão.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: China (US$ 818,7 milhões a mais que em fevereiro de 2013), Venezuela (US$ 100,8 mi), Bangladesh (US$ 57,0 mi), Indonésia (US$ 45,6 mi), Argélia (US$ 42,9 mi), Hong Kong (US$ 40,7 mi) e Rússia (US$ 36,6 mi), Irã (US$ 31,3 mi), Egito (US$ 27,3 mi) e Reino Unido (US$ 24,0 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,22 bilhão.

O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Países Baixos (US$ 193,9 milhões a menos que em fevereiro de 2013), Coréia do Sul (US$ 176,1 mi), Japão (US$ 129,5 mi), Estados Unidos (US$ 102,2 mi), Emirados Árabes (US$ 75,9 mi), Taiwan (US$ 50,1 mi), Espanha (US$ 45,8 mi), Jamaica (US$ 35,5 mi), Bélgica (US$ 31,4 mi) e Gana (US$ 31,2 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 871,5 milhões nas exportações brasileiras em relação a fevereiro de 2013. 2014 está começando a esquentar para as exportações do agro em relação a 2013. Nota-se, assim como no ano passado todo, uma diversificação principalmente nos mercados de destino das exportações, sendo maiores crescimento encontrados em economias emergentes.

Mantemos um cenário otimista, mesmo com as perdas advindas da forte seca que impactou as regiões produtoras neste verão. Talvez a meta de US$ 100 bilhões não seja alcançada neste ano, mas continua o Brasil grande vendedor mundial de alimentos e se torna cada vez mais importante na alimentação mundial. Continuamos garantindo um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e buscando garantir também um saldo positivo para a balança comercial do país.

Vamos esperar o desempenho nos próximos meses, confiando na máxima que... o ano só começa após o carnaval, houve melhora nos preços do café e açúcar, as exportações de soja começarão a embarcar com mais força a partir de março e tem perspectivas de melhora de preço e ainda temos o dólar no patamar dos R$ 2,40. Ainda estamos tímidos nas exportações do agro, mais os próximos meses prometem bons resultados.

 

Compartilhar: