Exportações do agro atingem US$ 80 bilhões

Exportações do agro atingem US$ 80 bilhões

Especial para Feed and Food por Marcos Fava Neves e Rafael Kalaki

Após dois meses consecutivos de queda em relação ao ano de 2011, no mês de outubro o desempenho das exportações melhorou e apresentou crescimento. As exportações do agro foram de US$ 9,34 bilhões (aumento de 11,8% em relação ao ano passado). O valor exportado acumulado no ano (US$ 80,9 bilhões) continuou aumentando (1,8%) quando comparado com o mesmo período de 2011 (US$ 79,5 bilhões), contribuindo para um saldo positivo de US$ 67,3 bilhões (3,1% maior que o mesmo período em 2011). Este valor acumulado levou as exportações a alcançarem 80,9% da meta dos 100 bilhões para o ano de 2012.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma queda de 10,3% nas exportações (US$ 13,5 bi em 2011, para US$ 12,1 bi em 2012), o que fez com que o agronegócio aumentasse sua participação relativa nas exportações em outubro quando comparado com o mesmo período do ano passado, alcançando incríveis 44,3% nos totais do Brasil.

Neste outubro, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2011 foram respectivamente: milho (aumentou US$ 545,4 milhões em relação a outubro de 2011), açúcar de cana em bruto (US$ 384,2 mi), farelo de soja (US$ 187,2 mi), álcool etílico (US$ 149,2 mi), açúcar refinado (US$ 128,8 mi), carne bovina in natura (US$ 92,5 mi), fumo não manufaturado (US$ 50,3 mi), óleo de soja em bruto (US$ 48,9 mi), carne suína in natura (US$ 33,1 mi) e carne de frango in natura (US$ 28,4 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 1,65 bilhão nas exportações do agro de outubro.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: farelo de soja (34,6%), fumo não manufaturado (9,1%), carne de frango in natura (2,2%), óleo de soja em bruto (-4,3%), milho (-7,4%), carne bovina in natura (-8,4%), carne suína in natura (-9,6%), açúcar refinado (-12,1%), açúcar de cana em bruto (-14,5%) e álcool etílico (-15,2%).Entre os 10 principais produtos que mais aumentaram as exportações em outubro, apenas três tiveram aumento de preços, enquanto os outros sete tiveram quedas no período. Isto mostra que os crescimentos das exportações acumulados no ano, podem ter sido fruto principalmente do aumento dos volumes exportados e também da diversificação nas exportações.

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: café verde (queda de US$ 255,2 milhões), soja em grãos (US$ 164,4 mi), arroz (US$ 76,5 mi), suco de laranja (US$ 48,8 mi), celulose (US$ 40,5 mi), papel (US$ 20,4 mi), uvas frescas (US$ 19,6 mi), demais óleos essenciais (US$ 17,7 mi), couro/peles de bovinos (US$ 15,0) e outros produtos de origem vegetal (US$ 11,9 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 670 milhões.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Irã (US$ 190,6 milhões a mais que em outubro de 2011), Coréia do Sul (US$ 140,8 mi), Indonésia (US$ 125,1 mi), Taiwan (US$ 108,7 mi), Rússia (US$ 107,9 mi), Arábia Saudita (US$ 102,1 mi), Estados Unidos (US$ 92,0 mi), Índia (US$ 92,0 mi), Emirados Árabes (US$ 82,8 mi) e Malásia (US$ 67,3 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,1 bilhão. O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para China (US$ 109,0 milhões a menos que em outubro de 2011), Egito (US$ 82,2 mi), Venezuela (US$ 74,7 mi), Reino Unido (US$ 64,9 mi), França (US$ 54,6 mi), Iraque (US$ 37,2 mi), Bélgica (US$ 37,1 mi), Países Baixos (US$ 31,5 mi), Trinidad e Tobago (US$ 27,0 mi) e Cuba (US$ 26,5 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 544,7 milhões nas exportações brasileiras em relação a outubro de 2011.

Países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, que agora são os grandes responsáveis pelo crescimento das exportações do agro, principalmente países emergentes e do BRIC’s. Assim sendo, o valor acumulado no ano continuou aumentando, porém com crescimentos menores quando comparado com outubro de 2011, mostrando um cenário otimista e assim mantendo o Brasil na sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e garantindo um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro. 

Agora é esperar o desempenho nos próximos meses para ver se a meta de US$ 100 bilhões pode ser atingida. Apesar dos escorregões das exportações em alguns meses do ano, estamos confiantes pois neste segundo semestre teremos mais claros os efeitos do novo dólar a 2 reais, temos aumento de preços de alguns produtos graças à seca nos EUA e uma maior demanda de mundial de grãos.

 

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