Fevereiro traz otimismo para as exportações do agro

Fevereiro traz otimismo para as exportações do agro

Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Este fevereiro o desempenho do agro nos animou. As exportações do agro (US$ 6,30 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2012 (US$ 5,96 bi), cresceram 5,7%. O saldo na balança do agro de fevereiro é de US$ 5,01 bi, um valor 7,6% superior a fevereiro de 2012. O valor exportado acumulado no ano (US$ 12,9 bilhões) também teve um ótimo aumento (10,1%) quando comparado com o mesmo período de 2012 (US$ 11,7 bilhões), contribuindo para um saldo positivo acumulado no ano de US$ 10,1 bilhões (13,8% maior que o mesmo período em 2012). Se continuarmos nesse ritmo, fecharíamos 2013 com um montante de apenas US$ 77 bi, porém cabe ter a esperança que o acumulado de janeiro-fevereiro de 2012 tivemos uma exportação de US$ 11,7 bi e fechamos 2012 com a incrível cifra de US$ 95,8 bilhões.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma queda de 23,3% nas exportações (US$ 12,1 bi em 2012, para US$ 9,3 bi em 2013), isso ajudou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a manter incríveis 40,5% em relação as exportações totais do Brasil. Ou seja, o Brasil que vai bem, é o Brasil do agro.

Neste fevereiro, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2012 foram respectivamente: milho (aumentou US$ 576,3 milhões em relação a fevereiro de 2012), açúcar refinado (US$ 84,3 mi), carne bovina in natura (US$ 79,5 mi), carne de frango in natura (US$ 75,8 mi), álcool etílico (US$ 68,6 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 29,3 mi), outras rações para animais domésticos (US$ 16,0 mi), demais carnes e miudezas (US$ 13,9 mi), carne suína in natura (US$ 12,8 mi) e trigo (US$ 9,5 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 966 milhões nas exportações do agro de fevereiro.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: trigo (29,9%), outros couros/peles bovinos curtidos (14,5%), outras rações para animais domésticos (14,1%), carne de frango in natura (13,2%), milho (8,3%), demais carnes e miudezas (4,2%), carne suína in natura (2,7%), carne bovina in natura (-6,2%), álcool etílico (-21,6%) e açúcar refinado (-21,7%). Entre os 10 principais produtos que mais aumentaram as exportações em fevereiro, sete tiveram aumento de preços, enquanto apenas outros três tiveram grandes quedas no período. Isto mostra que os crescimentos das exportações podem ter sido fruto principalmente do aumento dos volumes exportados, da diversificação nas exportações e também do aumento dos preços dos produtos.

 

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: soja em grãos (queda de US$ 198,9 milhões), café verde (US$ 169,7 mi), suco de laranja (US$ 71,9 mi), fumo não manufaturado (US$ 70,4 mi), óleo de soja em bruto (US$ 69,4 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 21,6 mi), açúcar de cana em bruto (US$ 12,4 mi), bovinos vivos (US$ 12,2 mi), papel (US$ 9,8) e castanha de caju (US$ 9,3 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 646 milhões.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Coréia do Sul (US$ 172,5 milhões a mais que em fevereiro de 2012), Países baixos (US$ 99,8 mi), Japão (US$ 98,8 mi), Estados Unidos (US$ 97,5 mi), Emirados Árabes (US$ 77,1 mi), Irã (US$ 76,8 mi), Malásia (US$ 58,5 mi), Jamaica (US$ 35,0 mi), Arábia Saudita (US$ 34,0 mi) e Rússia (US$ 28,5 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 778,4 milhões. O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Bélgica (US$ 100,5 milhões a menos que em fevereiro de 2012), Nigéria (US$ 99,0 mi), Espanha (US$ 69,8 mi), Tailândia (US$ 60,0 mi), Portugal (US$ 35,4 mi), Reino Unido (US$ 34,2 mi), Iêmen (US$ 31,3 mi), Marrocos (US$ 30,8 mi), França (US$ 27,2 mi) e Colômbia (US$ 19,6 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 507,8 milhões nas exportações brasileiras em relação a fevereiro de 2012.

2013 começa mostrando-se forte, com exportações do agro crescentes em relação a 2012. Nota-se, assim como no ano passado todo, uma diversificação nos mercados de destino das exportações, onde países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, que agora são os que mostram crescimentos de valores importados do Brasil, principalmente países emergentes, do BRIC’s, países da Ásia e Oriente Médio.

Temos um cenário bastante otimista, onde o Brasil sustenta sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e garantindo um saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro e garantindo também um saldo positivo para a balança comercial do país. 2013 está quente para as exportações brasileira. Vamos esperar o desempenho nos próximos meses, confiando na máxima que... o ano só começa após o carnaval.

 

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