Mais um ano em que as exportações do agro salvam a balança comercial do Brasil

Mais um ano em que as exportações do agro salvam a balança comercial do Brasil

Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Em 2013 o desempenho das exportações do agro foi positivo, apresentando crescimento em relação a 2012. O agro exportou US$ 99,9 bilhões, 4,3% maior que o ano anterior. Chegamos na casa do 100 bilhões exportados, apesar das expectativas no início de ano serem de um desempenho maior, mesmo assim, 2013 foi um ano bom para as exportações do agro.

Os demais produtos brasileiros fora do agro, assim como foi demonstrando ao longo do ano, apresentaram queda de 3,1% nas exportações de 2013 (US$ 146,8 bi em 2012, para US$ 142,2 bi em 2013), porém suas importações também aumentaram em 7,6%. Esse aumento nas exportações do agro, somado a queda das exportações dos produtos fora do agro, fez com que o agro tivesse uma participação nas exportações brasileiras de incríveis 41,3% (enquanto em 2012 essas participação era de 39,5%). A balança comercial brasileira fechou 2013 positiva em 2,6 bi, isso graças ao agro, que teve um saldo em sua balança comercial de US$ 82,9 bi. Assim, se não fosse o agro brasileiro, o Brasil teria um déficit de 80 bi, ou seja, o Brasil que vai bem, é o Brasil do agro. É mais um ano em que o agro ajuda a salvar a economia brasileira.

Neste 2013, os 10 produtos campeões no aumento das exportações em relação a 2012 foram respectivamente: soja em grãos (aumentou US$ 5,4 bilhões em relação a 2012), milho (963,3 milhões), carne bovina in natura (US$ 863,8 mi), celulose (US$ 479,5 mi), outros couros/ peles bovinos curtidos (US$ 294,0 mi), carne de frango in natura (US$ 271,5 mi), farelo de soja (US$ 191,8 mi), couros/ peles de bovinos preparados (US$ 140,0 mi), bovinos vivos (US$ 134,9 mi) e miudezas de carne bovina (US$ 94,0 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 8,8 bilhões nas exportações do agro de 2013. O desempenho dos produtos exportados mostra que ele é fruto principalmente do aumento dos volumes exportados, da cotação do dólar que estava nos patamares de R$ 2,30 e também da diversificação de produtos e mercados nas exportações.

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: café verde (queda de US$ 1.139,5 milhões), algodão não cardado nem penteado (US$ 998,0 mi), açúcar de cana em bruto (866,4 mi), óleo de soja em bruto (US$ 638,5 mi), álcool etílico (US$ 317,3 mi), trigo (US$ 271,0 mi), arroz (US$ 145,3 mi), açúcar refinado (US$ 136,0 mi), carne suína in natura (US$ 120,4 mi) e óleo de soja refinado (US$ 67,0 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 4,7 bilhões.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações em 2013 foram: China (US$ 4,9 bilhões a mais que 2012), Países Baixos (US$ 916,1 milhões), Hong Kong (661,4 mi), Coréia do Sul (US$ 472,0 mi), Venezuela (US$ 468,5 mi), Vietnã (US$ 290,4 mi), Emirados Árabes (US$ 222,5 mi), Indonésia (US$ 146,7 mi), Bangladesh (US$ 143,7 mi) e México (US$ 137,8 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 8,4 bilhões nas exportações. Porém, o Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Irã (US$ 567,4 milhões a menos que 2012), Egito (US$ 486,9 mi), Alemanha (US$ 474,0 mi), França (US$ 338,2 mi), Marrocos (US$ 185,5 mi), Reino Unido (US$ 182,1 mi), Índia (US$ 180,4 mi), Bélgica (US$ 174,8 mi), Tailândia (US$ 173,4) e Nigéria (US$ 159,1 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 2,9 bilhões nas exportações brasileiras em relação a 2012.

2013 mostrou um melhor desempenho que 2012, com exportações do agro crescentes em relação ao ano anterior. Em 2013 acentuou-se tendências já verificadas em 2012 como uma diversificação nos mercados de destino das exportações, onde países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, e que agora, são os que mostram os maiores crescimentos de valores importados do Brasil, principalmente países emergentes, do BRIC’s, países da Ásia e Oriente Médio. Semelhança essa também encontrada nos produtos, que antes eram produtos poucos representativos e passaram a ganhar cada vez mais espaço na pauta de produtos exportados. Ainda temos produtos e mercados importantes, que estão entre os 10 principais e ajudam a sustentar o desempenho do agro, porem são os produtos e mercados que antes não eram tão importantes os que apresentam os maiores crescimentos. Enfim, o país está buscando e conseguindo uma pauta cada vez mais diversificada, o que tem promovido maior segurança e aumentos nas exportações.

2013 foi excelente para as exportações brasileiras do agro, apesar do escorregão de alguns meses. Estamos confiantes que 2014 será melhor, de um agro cada vez mais forte e com exportações com desempenho superior. Nossa aposta é que chegaremos aos US$ 110 bi e com o título de hexacampeão mundial.             

 

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