Não atingimos a meta de exportações de 2012, mas fomos melhores que 2011

Não atingimos a meta de exportações de 2012, mas fomos melhores que 2011

Especial para Feed and Food por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki

Seguindo a mesma tendência do mês de novembro, em relação a 2011, as exportações brasileiras do agro em dezembro, tiveram ligeira queda. As exportações do agro de dezembro foram de US$ 7,16 bilhões (queda de 0,2% em relação ao ano passado, a qual foi de 7,18).O valor exportado acumulado no ano (US$ 95,8 bilhões) continuou aumentando (0,9%) quando comparado com o mesmo período de 2011 (US$ 94,9 bilhões), contribuindo para um saldo positivo de US$ 79,4 bilhões (2,5% maior que o mesmo período em 2011). Este valor acumulado levou as exportações a alcançarem 95,8% da meta dos 100 bilhões para o ano de 2012.

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma queda de 8,9% nas exportações (US$ 161,1 bi em 2011, para US$ 146,8 bi em 2012), o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a manter incríveis 39,5% em relação as exportações totais do Brasil.

No ano de 2012, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2011 foram respectivamente: milho (aumentou US$ 2.662,7 milhões em relação a 2011), soja em grãos (US$ 1.135,1 mi), farelo de soja (US$ 897,6 mi), álcool etílico (US$ 694,4 mi), algodão não cardado nem penteado (US$ 514,4 mi), carne bovina in natura (US$ 325,6 mi), bovinos vivos (US$ 137,4 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 110,9 mi), demais suco de frutas, exceto laranja (US$ 98,2 mi) e couros/peles bovinos preparados (US$ 78,6 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 6,65 bilhões nas exportações do agro de 2012.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) dos produtos que mais aumentaram as exportações em 2012 foram as seguintes: farelo de soja (16,3%), soja em grãos (7,2%), bovinos vivos (6,2%), outros couros/peles bovinos curtidos (0,2%), demais suco de frutas, exceto laranja (0,1%), milho (-3,6%), algodão não cardado nem penteado (-4,7%), couros/peles bovinos preparados (-5,4%), carne bovina in natura (-6,5%) e álcool etílico (-6,9%). Entre os 10 principais produtos que mais aumentaram as exportações em 2012, cinco tiveram aumento de preços, enquanto os outros cinco tiveram quedas no período. Isto mostra que os crescimentos das exportações acumulados no ano, podem ter sido fruto principalmente do aumento dos volumes exportados e também da diversificação dos produtos nas exportações.

 

Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações em 2012 e contribuíram negativamente para a meta foram: café verde (queda de US$ 2.278,7 milhões), açúcar de cana em bruto (US$ 1.518,7 mi), açúcar refinado (US$ 578,1 mi), carne de frango in natura (US$ 330,8 mi), couro/peles de bovino tipo crust (US$ 166,0 mi), calçados de couro (US$ 155,3 mi), demais carnes e miudezas (US$ 100,3 mi), sucos de laranja (US$ 99,7 mi), outros sucos (US$ 99,4 mi) e carne de frango industrializada (US$ 79,3 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 5,41 bilhões.

No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações em 2012 foram: China (US$ 1.469,0 milhões a mais do que em 2011), Coréia do Sul (US$ 637,6 mi), Índia (US$ 559,5 mi), Taiwan (US$ 369,6 mi), Indonésia (US$ 336,4 mi), Egito (US$ 247,0 mi), Chile (US$ 227,7 mi), Líbia (US$ 208,9 mi), Estados Unidos (US$ 180,8) e Tailândia (US$ 173,2 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 4,41 bilhões. O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Rússia (US$ 1.145,4 milhões a menos do que em 2011), Alemanha (US$ 414,7 mi), Argélia (US$ 317,6 mi), Espanha (US$ 293,4 mi), Países Baixos (US$ 290,2 mi), Síria (US$ 265,1 mi), Venezuela (US$ 246,7 mi), Argentina (US$ 244,9 mi), Bangladesh (US$ 170,0 mi) e Itália (US$ 155,5 mi). Juntos, estes países foram responsáveis pela diminuição de US$ 3,54 bilhões nas exportações brasileiras em relação a 2011.

Países antes importantes para as exportações do agro estão saindo de cena, diminuindo suas importações e dando espaço para países antes menos importantes, e que agora apresentam grandes crescimentos das exportações do agro, principalmente países emergentes e do BRIC’s, da Ásia e Oriente Médio, que despontaram com os mercados que mais cresceram. Produtos que são os grandes responsáveis pelas exportações do agro, tiveram em 2012 queda em suas exportações e outros produtos antes sem grande participação tiveram grandes crescimentos. Assim sendo, o valor acumulado no ano continuou aumentando e terminou com resultado maior que 2011, mostrando um cenário otimista e assim mantendo o Brasil na sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e energia e garantindo um saldo positivo para a balança comercial brasileira.

As exportações do agro em 2012 foram marcadas pela diversificação, seja ela de mercados ou de produtos. Não atingimos nossa meta dos 100 bi para 2012, mas estamos otimistas para 2013, o ano já começa fervendo, com safras maiores, e grandes expectativas de exportações. Acredita-se que as exportações de soja, carnes e café sejam maiores que em 2012, além da grande crescimento do milho, principalmente causado pela seca nos EUA. Países em desenvolvimento e com grandes crescimento econômicos tendem a aumentar suas importações. O mundo pede comida e cabe a nós, o Brasil, abastecer o mundo com seus produtos.

 

 

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