Transição de Carreira - Como ficam as minhas finanças?

Transição de Carreira - Como ficam as minhas finanças?

Hoje vamos conversar um pouco sobre transição de carreira!
 
Cada pessoa sente de uma forma as sensações de insegurança que são inerentes a esse grande passo na vida profissional, mas acredito que em um ponto a grande maioria irá concordar: Afinal, como é possível se organizar financeiramente para fazer essa transição?
 
Pra quem não me conhece, sou advogada e trabalhava com consultoria tributária antes de ingressar na área do mercado financeiro e ter o desejo de empreender. Não aconteceu de um dia para o outro e não foi nada fácil. Além do aspecto financeiro, há também um desafio psicológico que enfrento diariamente: a ansiedade e o medo de fracassar. Porém, quando você consegue se organizar financeiramente é um pouco menos difícil lidar com as demais inseguranças.
 
Para a maioria é inviável largar “tudo” e ir atrás de novos objetivos da noite para o dia. É necessário muito planejamento, organização, clareza no propósito e muita abdicação.
 
Quando decidi fazer uma mudança na minha vida profissional a primeira coisa que eu fiz foi aprender mais sobre como é possível fazer o dinheiro sobrar na conta no final do mês. Estudar sobre educação financeira foi importantíssimo nesse processo para que eu pudesse entender como fazer um planejamento e “cortar” gastos desnecessários - como aquela assinatura de algo que você nem utiliza há meses – pode fazer uma mudança no seu orçamento.
 
Entretanto, a maior mudança que eu vejo e que gerou resultado foi aprender a dizer NÃO para você e para os outros. Se eu pretendia sair do meu emprego eu não podia manter as mesmas atitudes, comprar coisas sem necessidade, comparecer em todos os eventos e festas... O jeito foi selecionar o que realmente fazia sentido! Mas, quando se tem o objetivo bem claro não é tão difícil abrir mão de certas coisas e saber priorizar somente o que vai agregar.
 
Não existe fórmula ou regra... cada um tem sua própria realidade, desejos, metas, mas para servir de apoio, segue abaixo algumas atitudes que funcionaram pra mim:
 
- PLANEJAR! PLANEJAR! PLANEJAR! Fazer um planejamento financeiro logo de cara já me mostrou como estava a minha saúde financeira: quanto eu ganhava, quanto eu gastava e onde eu gastava.
 
- ECONOMIZAR! Tendo uma visão macro de como andava as minhas finanças consegui analisar possibilidades de economia em determinadas despesas, como por exemplo diminuir o plano do celular.
 
- LIMITAR! Coloquei limitações de gastos em algumas categorias. Exemplo: almoçar fora de casa 2 vezes na semana.
 
- CANCELAR! Cancelei alguns gastos desnecessários, como por exemplo aquela taxa bancária que vem no seu extrato que você não sabe nem quando contratou.
 
- METAS! Sem metas, como você vai saber se está no caminho certo? Eu estipulei uma data limite e um valor que eu teria que ter para me manter durante alguns meses. Todo mês eu atualizava a planilha com o saldo remanescente da conta para ter consciência se estava me afastando ou chegando cada vez mais perto dos meus objetivos.
 
- CLAREZA! Como disse ali em cima, ter bem claro o porquê de todo esse planejamento te direciona e auxilia em todo o processo!
 
- APROVEITAR! Um dos meus erros foi querer cortar o lazer. Não durou uma semana. Nós precisamos de diversão, consumir, sair... Estipule um valor e aproveite ao máximo essa quantia com o que realmente te faz feliz! Isso irá te ajudar a ter a cabeça em ordem para seguir com o planejamento de forma mais saudável.
 
Aproveito essa parte para ressaltar que houve outros erros no percurso. Um mês acontecia um imprevisto que, inevitavelmente, teria que gastar um pouco mais... no outro eu acabava comprando algo um pouco mais caro do que havia planejado... é normal! Eu ajustava o processo e seguia. É melhor “atrasar” um pouco para chegar no objetivo do que desistir no meio do caminho e não alcançar nunca, não é?
 
Para finalizar, quero fechar com um trecho o livro do Cortella – “Qual é a tua obra?” que ele diz:
 
“Se alguém precisa fazer algo, porque isso permitirá que, adiante, ele dê um passo para fazer o que gosta, então ele precisa gostar também daquela necessidade.”
 
Quase sempre precisamos fazer algo necessário que não gostamos porque isso nos deixará mais próximo da liberdade de fazermos nossas escolhas de acordo com o nosso propósito. Então estar em um lugar ou atuar em uma profissão que não te faz feliz pode ser a etapa que você precisa passar para atingir a liberdade de fazer escolhas. Mas lembre-se: sem planejamento é o mesmo que jogar na loteria, você nunca sabe se chegará a sua vez.
 
Até a próxima semana!

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